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SELO: Ética e política – Por Rabim Chiria

Ética é uma disciplina da filosofia prática. A política também. O nosso tema debruça-se sobre apolítica na sua relação com a ética, ou seja, a politica na perspectiva ética, sendo ambas dimensões práticas da acção humana. O homem não pode realizar-se como indivíduo isolado dos outros homens, no entanto, é o único capaz de pôr em causa as regras do grupo, em que está integrado e de modificar, pela violência ou pela ordem estabelecida.

Ora, a sociedade surge para o homem, como um todo já organizado, e estruturado no qual ele se integra e se organiza. Entretanto, a dimensão social da existência humana é identificada como a dimensão política, pois, o social é que cria o político, ou seja, o poder político. Mas ao cria-lo contesta o próprio poder político, e ao mesmo tempo procura transforma-lo. Isto acontece porque a política se deixa levar pela lógica da dominação e seus mecanismos.

Por conseguinte, surge uma tensão, um conflito entre dimensão social e política que exige a Filosofia e as reflexões sobre a componente ética da política. Em nome da política, pratica-se desinteligências, muitas arbitrariedades, e muitos abusos no poder.

Neste âmbito, a actividade política deve ser necessariamente questionada, deve-se questionar por exemplo se seria eticamente aceitável que em situações de crise, os políticos ignorassem a moral e o direito. Deveria também se questionar o tipo de equilíbrio que deveria existir entre a autoridade política e a liberdade do indivíduo, ou por outro entre autoridade e a tolerância. Deve-se questionar também se a política, hoje, não passa de uma mera gestão de negócios.

A origem da comunidade política tem por finalidade assegurar as condições da paz e de tranquilidade na convivência de todos de modo que seja possível a justiça e o bem comum. É justamente aqui, onde o político entra em conflito com o individual e o social, sugerindo assim o apelo à ética.

Por outra, a vida humana consiste de uma serie decisões. Numa decisão, o homem escolhe entre varias possibilidades de comportamento ou de acção. As decisões são inevitáveis. Na sua escolha não pode escolher entre escolher e não escolher. Mesmo quando está resoluto, não haver decisões a tomar perante um caso, o homem toma uma decisão: a decisão de nada fazer perante esse caso.

A questão é: qual poderá ser tomada como uma decisão correcta ou não correcta? Esta, pois é uma questão ética, uma questão moral que se estende até na política. Portanto, a ética procura construir as condições que devem ser satisfeitas para que uma decisão ou uma acção possa ser considerada moralmente correcta.

Entretanto, o verdadeiro fim da ética é tomar compreensível a decisão moral ou acção moral, e, neste caso vertente iluminar a decisão política, ou acção política com base no princípio da moralidade, ou seja, iluminar a correcta articulação entre os meios que a política dispõe e os fins que ela projecta.

Por Rabim Chiria

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