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SELO: Estudar para quê enquanto não nos for permitido pensar?* – por Por Cristóvão Nenengue

Não podemos partilhar ou manifestar o que pensamos, numa sociedade que exige muito dos que frequentam alguma escola. O contexto actual do cenário político e académico faz emergir situações que me fazem pensar que estamos numa nação sem leis claras sobre o que realmente as pessoas pretendem, pois não me parece que tenhamos uma visão clara sobre o que é bom e deve ser elogiado.

Ninguém deve sentir-se preso nos seus pensamentos e sentimentos. Todos nós devemos sentir-nos livres de expressá-los. Um professor que proíbe o seu aluno de intervir numa aula é contra o diálogo, está a semear e a ensinar a ociosidade, semeia a cegueira, repudia o desenvolvimento e está contra o crescimento integral do seu aluno. Podemos pensar deste modo se supormos que o macabro assassinato do Professor Gilles Cistac foi produto de um crime organizado, um exemplo claro de uma fasquia de gente que provavelmente tencionava dar-lhe uma lição (i)moral.

Porquê pautar por um diálogo belicista? Não seria esta uma tendência de trancar as mentes de muita gente que pensa coisas úteis para este país? Porquê atacar o mensageiro e não a mensagem!? Atingiram o Dr. Cistac. Seria esta a vossa única e exclusiva intenção? O que pretendiam mesmo!? Matar o homem e as suas ideias, ou, então, assassiná-lo para alimentar a ideia de que acabariam com todas as pessoas que pensam como o Dr. Cistac?

O nosso voto é a nossa vida, que está acima de qualquer interesse. Por isso poupem-nos e respeitem-nos. Respeitem, também, a nossa integridade física e psicológica, e, acima de tudo, a nossa vida. Se devemos estudar para somente somarmos títulos académicos e batinas de graduações nos nossos guarda-fatos, sem no entanto haver uma janela que se abra para sermos verdadeiros e íntegros servidores desta nação, então, vale a pena perdermos tempo a estudar para depois enferrujarmos com as nossas ideias e engrossar a fila de uma massa acrítica e improdutiva da sociedade de que fazemos parte? Compatriotas da pátria que aparentemente amamos, matam-se os homens, mas as suas ideias e correntes de pensamento não morrem.

O povo clama pela paz e pela liberdade de pensamento e de expressão. A existência humana consiste essencialmente na afirmação do seu pensamento, que não pode ser percebido como categórico. Conforme disse Descartes,”PENSO, LOGO EXISTO”. Cistac era um problema para alguma facção política ou social e não se encontrou uma outra solução senão a bélica! Significa, efectivamente, que a paz não é o calar das armas. Porquê pautar por uma via belicista para resolver problemas? Porquê atacar o mensageiro e não a mensagem? O que pretendiam mesmo!? Matar o homem e as suas ideias, ou, então, pensava-se que ao assassinarem-no acabariam com todas as pessoas que pensassem como o Dr.Cistac?

Por Cristóvão Nenengue

*Texto editado pelo @Verdade

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