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SELO: Abuso dos direitos da criança – Por Charles Mwita

Na cidade de Nacala, província de Nampula, vejo várias crianças na rua, em frentes de escolas e de instituições públicas e privadas, nos mercados e bairros com bacias, bandejas, baldes, entre outros recipientes usados para a conservação de produtos de consumos que vendem.

São crianças de 16 anos de idade e que deviam frequentar algum estabelecimento de ensino, mas dedicam-se à comercialização de produtos alimentares.

As pessoas que estimulam estes actos são os pais e encarregados de educação, alegadamente para o sustento familiar. Se o negócio é para o sustento familiar, como é possível uma criança sustentar uma casa, onde existe um pai ou uma mãe, ou ainda irmãos mais crescidos?

Como é que essa criança vai se defender dos adultos com conduta maléfica, que provavelmente pretendam violentá-la ou apoderarem-se do dinheiro resultante das vendas? Qual é o desempenho social, educacional e encaminhamento da criança na situação de vendedeira para o nosso país?

Todos os dias algumas pessoas afirmam que a criança é a seiva da Nação. Mas que nação é esta que vamos construir com crianças analfabetas? Onde estão as pessoas que zelam pelos direitos das crianças? Por que é que as pessoas que deviam resolver este problema específico não abandonam os escritórios pelo menos uma vez por semana para perceberem o que se passa fora dos seus locais de trabalho? Para que lado caminhamos com crianças trabalhadoras.

As crianças que vivem na rua merecem outro tipo de tratamento, mas as que são forçadas e vender produtos nos mercados tal pode ser que vivem com pessoas desumanas e sem carácter. Mandar uma criança correr um lado para outro comercializando bolos fritos, água gelada, entre outros produtos nas ruas do nosso país, é muito triste. São menores de idade que deviam estar a estudar e não cuidar dos negócios dos seus pais e encarregados de educação.

As pessoas encarregues em resolver este problema devia abandonar os escritórios e trabalhar no terreno. Não deviam esperar que um cidadão reporte o caso. Se efectuarem visitas relâmpagos aos locais acima indicados irão notar a presença de crianças no ramo comercial. Este problema está tornar-se cada vez mais crónico.

O Governo luta para construir escolas para as crianças poderem estudar, mas os pais fazem o contrário mandando os filhos vender produtos nos mercados e na rua. Isto é combater a pobreza usando a mão-de-obra infantil. Se as coisas permanecerem desta maneira quem vai estudar nas escolas que o Governo está a construir?

Que sociedade queremos formar se os alunos, principalmente as raparigas, abandonam as escolas? Espero que todo o pai e encarregado de educação vele pela sua criança e permita que estude.

Por Charles Mwita

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