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SELO: A crise do Maxaquene no Moçambola – Por Alcides Bazima

Está a ser difícil classificar a lastimável queda do Maxaquene no Moçambola 2015, ou, simplesmente, no nosso campeonato nacional de futebol. Este facto vem a propósito dos maus resultados que a equipa, de jornada a jornada, vem amealhando.

A situação a que se assiste nos últimos anos, em que aos olhos de todos o clube “tricolor” tem sido campeão de Inverno, é algo que deixa dúvidas e não sei como estaria a vitrina do clube se a equipa fosse premiada por isso. Desde a derrota polémica, em Nacala, frente ao Ferroviário local, que as coisas no ninho “tricolor” não andam bem. A equipa não ganha e joga mal. Talvez, estas derrotas sejam uma forma que os jogadores encontraram para homenagear os castigados Zabula e Simplex.

Acredita-se, porém, que a arbitragem tem a sua cota-parte nisto, mas devo dizer que isso não justifica a queda do moral no seio da equipa. Isto revela, sim, a falta de motivação por parte dos atletas. É daí que, hoje, as coisas vieram a nu, em particular com a recente publicação no Desafio dos problemas que apoquentam os “tricolores” treinados por Chiquinho Conde.

O jornal escreveu que o clube está a ressentir-se da falta de lanche para os jogadores, o que faz com que os adeptos contribuam com um certo valor para alimentá-los. Outro senão tem a ver com o contrato expirado com o grupo Afrin para a utilização do campo localizado na Machava, o que colocou os“tricolores” sem espaço para receber o Ferroviário de Quelimane, na quarta-feira, em partida a contar para a 25ª jornada do Moçambola.

Logo, concluo que os dirigentes deste clube passaram a vida a apontar os dedos aos outros, dizendo que há pessoas que estão contra o clube e sustentaram tal alegação com o espectáculo que aconteceu em Nacala. Na verdade, eles também, contribuíram para que a crise de resultados se verificasse. Hoje, as contas já não estão a bater certo no clube, que corre o risco de descer de divisão, por causa da queda na classificação, de primeiro para o nono lugar até à realização da 24a jornada.

De candidato ao título, o Maxaquene passou para candidato à manutenção. Que situação! Com esta conjuntura, que incluiu ainda a falta de comida, será que a direcção paga salários aos jogadores? Dá para duvidar. Um clube com cinco campeonatos nacionais ganhos e nove Taças de Moçambique conquistadas é demasiado pesado exibir esta vergonha.

Para mim, a direcção do Maxaquene deve, também, cair, pois tem culpa no cartório. Circulam já informações sobre a possibilidade de trocar o treinador Chiquinho Conde por Arnaldo Salvado, para salvar a crise. Aqui está um ponto que me remete à seguinte reflexão: Com Salvado poderá não haver problemas de salário porque este técnico provou em todas as equipas que orientou, adiantando os ordenados aos atletas, tirando do seu próprio bolso, em caso do atraso da direcção. É por isso que os dirigentes do Maxaquene precisam do regresso deste treinador para suprir estes problemas, enquanto eles saqueiam o cofre. O problema não é Chiquinho Conde. Como é que ele se sagrou campeão do Inverno se é problemático? Será que ele desaprendeu o que sabia? Ou virou um incompetente? Não nos vamos enganar.

Deixem o treinador em paz e saiam vocês os dirigentes, à semelhança do que fizeram os do HCB. Até porque o actual presidente do Maxaquene, o senhor Ernesto Júnior, notabilizou-se no basquetebol e não no futebol. Dirigir cinco atletas em campo é diferente de onze. O que é feito com os valores desembolsados pelos patrocinadores LAM, Aeroportos de Moçambique e, actualmente, MCEL? Imaginem quanto poupou o clube por não pagar prémios de jogo durante as seis jornadas que não venceu.

Tenho dito.

Por Alcides Bazima

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