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Segurança alimentar deve ser melhorada

O vice-Ministro moçambicano da Agricultura, António Limbau, disse, quinta-feira, em Maputo, que a situação da segurança alimentar e nutricional no país deve ser “profundamente melhorada”.

Falando durante o lançamento de um sistema de informação estatística da agricultura e alimentação, Limbau disse que, de acordo com as pesquisas do Trabalho de Inquérito Agrícola (TIA), cerca de 37 por cento dos 3,7 milhões de agregados familiares em Moçambique experimentam situações de fome em algum período do ano.

“Estes números preocupam-nos, pois exprimem que a situação de segurança alimentar e nutricional do nosso povo deve ser profundamente melhorada”, disse.

Segundo o governante, torna-se assim necessário que todos os intervenientes do sector agrário disponham em tempo útil de informação estatística de qualidade que sirva de suporte para o processo de tomada de decisão.

Limbau defendeu que a informação para politicas e tomada de decisão informada deve ser acessível e disponível sempre que for necessária.

É nesses pressupostos que se enquadra o sistema de informação estatística, quinta-feira, lançado em Moçambique, que se insere num programa alargado da Organização das Nações para a Alimentação e Agricultura (FAO), financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates por cerca de 5,6 milhões de dólares norte-americanos.

Trata-se do “CountrySTAT”, conhecido como sistema estatístico e de informação oficial sobre estatísticas de alimentação e agricultura do âmbito nacional e subnacional.

Em termos práticos, com esta ferramenta, passa a estar disponível na Internet todas as estatísticas do país sobre a agricultura e alimentação, incluindo sobre espécies animais e pescas.

Falando na ocasião, o presidente do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), João Loureiro, disse pretender-se que esta ferramenta seja um valor acrescentado na Agricultura e Alimentação, áreas que necessitam de mais informação estatística, tempestiva, fiável e sistematizada para alimentar as politicas do sector.

“O lançamento do CountrySTAT Moçambique insere-se nos esforços do Sistema Estatístico Nacional de contribuir com informação de qualidade que desperte e oriente a sociedade para a magnitude, características e potencialidades do nosso sector agrário e seu imprescindível papel na luta contra a crise alimentar mundial, fome e pobreza”, disse Loureiro.

Segundo Loureiro, a importância do “COuntrySTAT” deve-se ao facto de constituir uma ferramenta estatística aplicada a análise e formulação de políticas destinadas a organizar, integrar e divulgar metadados e dados estatísticos sobre agricultura e alimentação provenientes de diferentes fontes, tornando-os compatíveis entre si e a escala nacional e internacional.

“Este instrumento de gestão permitirá o utilizador, em qualquer momento e lugar, aceder on-line, isto é em tempo real via internet, a informação relativa ao sector agrário e alimentar”, explicou o presidente do INE.

Presente na cerimónia, Margarida Marques, da FAO em Moçambique, considera esta ferramenta como um sistema de referência ao nível mundial e que já é usado por 200 países. Ela disse que a FAO está empenhada em desenvolver um sistema integrado de banco de dados através do “CountrySTAT”.

“A FAO atribui grande importância a informação estatística e temos trabalhado na formação dos países nesta área”, disse Marques, sublinhando que a rede global “CountrySTAT” tem estado a crescer.

Financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, este projecto tem vindo a ser desenvolvido pelo FAO desde 2004. Dos vários países que integram o sistema, 17 são da Africa Subsahariana.

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