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Sector agrário em queda nas exportações

A contribuição do sector agrário nas exportações moçambicanas tem vindo a registar uma redução significativa do seu contributo nos últimos anos, apesar de continuar a ser a área que emprega maior percentagem da população economicamente em idade activa, segundo reconhece o Instituto para Promoção das Exportações (IPEX).

De acordo com a mesma instituição dependente do Ministério da Indústria e Comércio, as exportações estão a ser dominadas nos últimos anos pelos produtos minerais e de metais dos megaprojectos activos em Moçambique.

Para reverter o cenário, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do IPEX, João Macaringue, sugeriu a necessidade de se incentivar a emergência de uma base alargada de exportadores, salientando que razões conjunturais e de mercado estão na origem da fraca contribuição do sector agrário nas exportações moçambicanas. Para Macaringue, estas razões estão a afectar “grande parte dos produtos tradicionais de exportação”.

Algodão & açúcar

Dando alguns exemplos da gravidade da situação, o PCA do IPEX apontou o sector algodoeiro onde há uma redução do valor obtido com a exportação da fibra em 44%, reflectindo o efeito resultante da queda do respectivo preço médio internacional em 5% e uma redução da quantidade exportada de 41,7%, para 22,4 mil toneladas.

No sector açucareiro regista- se uma queda de quantidades exportadas e o respectivo preço médio no mercado preferencial europeu, segundo igualmente Macaringue, indicando, em seguida, que foram exportadas, em 2009, para o mercado preferencial da União Europeia, cerca de 122 mil toneladas do açúcar amarelo, o que representa menos 9,5% comparativamente a 2008.

Também abrandaram as exportações de madeira, amêndoa e castanha de caju e do tabaco, facto também associado à lenta recuperação dos mercados internacionais face à crise financeira internacional despoletada nos EUA em 2007.

Soluções

Como soluções, João Macaringue sugeriu a revisão de alguns constrangimentos que caracterizam as exportações, como sejam o baixo volume de produção de qualidade, fraco cumprimento dos requisitos de acesso aos mercados, baixa quota das exportações das pequenas e médias empresas e pouca diversificação dos destinos e dos produtos exportados.

Para ele, o país deve dispor de uma estratégia nacional para as exportações, além da promoção da melhoria do ambiente de negócios através da remoção dos constrangimentos que influenciam negativamente as exportações para que cada vez mais produtores, incluindo os pequenos produtores, possam aceder aos mercados.

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