Manuel Bissopo, secretário-geral e deputado do maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, foi baleado por desconhecidos e o seu guarda-costas mortalmente crivado de projécteis, no princípio tarde de quarta-feira (20), na cidade da Beira, província de Sofala, à saída de uma conferência de imprensa, na qual acabava de denunciar uma alegada perseguição e assassinato dos seus membros naquela parcela do país.
António Muchanga, porta-voz da “Perdiz”, contou ao @Verdade que as outras duas pessoas que acompanhavam Manuel Bissopo saíram ilesas. O baleamento aconteceu na Ponta Gêa. Ele saía de uma conferência de imprensa orientada numa estância hoteleira, onde acabava de “denunciar e condenar o rapto e a morte” de alguns membros do partido em Lamego (Nhamatanda) e Nhamapadza.
Mesmo ferido, Bissopo conseguiu colocar a viatura na qual se fazia transportar, e por si conduzida, até a delegação da Renamo, onde se encontravam outros membros do partido que o socorreram para uma clinica privada na Beira, narrou Muchanga, acrescentando que o veículo das vítimas foi bloqueado por outros dois carros, dos quais homens armados dispararam com AKM’s.
Daniel Macuacua, porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, disse à agência de notícias Lusa, que não sabe exactamente o que aconteceu, mas soube que houve um tiroteio em Munhava e não tem pistas sobre protagonistas. Mas está-se a trabalhar para esclarecer o sucedido.
O baleamento de Manuel Bissopo acontece numa altura em que o regime está a afectar a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e a Polícia de Protecção nas delegações do partido Renamao sob a alegação de garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas, mesmo sem que não haja situações anómalas que exijam o recurso a uma força policial anti-motim e a instrumentos de guerra de grande calibre.