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Se não chover até para o mês: Culturas serão perdidas em Manica

SE não chover até meados de Fevereiro próximo 338 mil e 609 hectares de culturas diversas de um total de 615 mil, 653 semeados serão declarados perdidos na província de Manica. A ausência de chuvas durante os meses de Dezembro e Janeiro e a irregularidade da pluviosidade ao longo dos meses de Outubro e Novembro são apontadas como sendo as razões do problema que prenuncia fraca colheita e consequente fome aguda ao longo deste ano em Manica. 

Esta infirmação foi revelada à governadora de Manica, Ana Comoana, que ontem iniciou um ciclo de visitas de reconhecimento à província que dirige e que a deverão levar a todas as direcções provinciais, instituições públicas e distritos ao longo deste e próximo mês de Fevereiro. Um informe apresentado pela Direcção Provincial de Agricultura de Manica indica que “se prevalecer a ausência de chuvas até à primeira década de Fevereiro metade da área semeada na presente safra em Manica ficará perdida um pouco por todos os dez distritos da província, incluindo a cidade de Chimoio”.

Porém, Dinis Lissave, director provincial da Agricultura, foi cauteloso ao afirmar ser precoce concluir que a presente situação de falta de chuvas pode ser determinante para se concluir que a safra está perdida, uma vez os camponeses continuarem a alimentar a esperança de um dia vir a chover e dentro do período em referência. Esta é a primeira vez em toda a História da província de Manica que não chove com a devida regularidade das de Outubro, passando por Novembro, Dezembro e atingindo Janeiro.

Anciãos dizem ser um fenómeno estranho que a província jamais conheceu no último século. Na presente campanha agrícola estão planificados 724 mil e 297 hectares, área da qual se perspectivava colher 1.847.916,67 toneladas de culturas diversas contra 689.823 hectares e 1.638.408 toneladas da campanha agrícola 2008/2009, representando um crescimento na ordem de 4,99 porcento e 12,79 porcento de área de cultivo e de produção, respectivamente.

Com esse cenário, a Direcção Provincial de Agricultura em Manica declarou-se preocupada e diz que caso não venha a chover até meados de Fevereiro aquela província do centro e uma das mais produtivas do país poderá ver os esforços desenvolvidos multiplicados por zero, com todas as consequências daí decorrentes no que tange à fome. A província de Manica é habitada por mais de 1400 mil pessoas, segundo dados do último censo da população e habitação. Mais de 85 porcento desta população vive basicamente da agricultura e o presente cenário de estiagem representa, na óptica do sector, um grande revês à auto-suficiência alimentar e à indústria de processamento e farinação da província.

A produção agrícola de Manica tem abastecido igualmente os mercados de cereais no centro e sul do país e a decorrente situação poderá comprometer os níveis de produção e de comercialização planificados. Neste contexto, a governadora de Manica apelou para a necessidade de sensibilização da população para o aproveitamento das zonas baixas e com humidade no sentido de minimizar os efeitos negativos da fome na província. Disse ser necessário capitalizar a produção que seja possível alcançar nalgumas zonas da província no sentido de que possa abastecer os distritos mais carenciados, na perspectiva de que se possa evitar a generalização da fome na província.

Na primeira visita às direcções provinciais, que Ana Comoana descreveu como sendo de “imersão e reconhecimento da província”, a governante escalou sucessivamente, para além do sector de Agricultura, as Obras Públicas e Habitação, Saúde e Educação e Cultura. Hoje Comoana visita a PRM, o ING e a Direcção Provincial da Mulher e Acção Social. No global, nas direcções visitadas a governante de Manica incidiu os seus questionamentos à questão das finanças, recursos humanos, nomeadamente aos salários e carreiras, progressões e promoções e defendeu ser necessário moralizar os funcionários e o Aparelho do Estado para que seja mais actuante e dinâmico na resolução dos problemas da população.

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