Na sequência do primeiro discurso feito esta segunda-feira pelo novo Governador da Província de Sofala, Maurício Vieira, mais concretamente a sua afirmação segundo a qual não traz nenhuma solução especial e aquele que ficar a espera disso estará a enganar-se e a perder seu rico tempo, colhemos interpretação de algumas personalidades intelectuais na Cidade da Beira.
A primeira foi do Juiz Presidente do Tribunal Provincial Judicial de Sofala, Hermenegildo Jone, que afirmou o seguinte: “Eu acho que ele está a convidar a participação de todos os cidadãos para que continuem a contribuir, lhe ajudando na concretização daquilo que é o plano quinquenal do governo que vai ser aprovado brevemente pela Assembleia da República. Portanto, eu penso que ele está a dizer que ninguém deve ficar a olhar para ele a pensar que as coisas vão acontecer ou que ele vai fazer.
Todos nós devemos continuar a nos empenhar para o bem da Província de Sofala” – salientou. Convidado a indicar algumas áreas que considera prioritárias que o novo governador deve atacar de imediato, Hermenegildo Jone referiu tratar- se duma matéria que não domina tanto, mas mesmo assim congratulouse pelo facto de o governador cessante na sua apresentação a província ter enumerado aquilo que para si são os grandes desafios que deixa para o novo timoneiro. “Para mim há uma coisa muito importante que é o projecto de desenvolvimento da província que ainda não foi aprovado.
Portanto, penso que é uma ocasião muito boa para o novo governador pegar nesse plano, compenetrar-se nele e alterar os aspectos que acha que pode alterar” – frisou. Refira-se que na sua apresentação a Província de Sofala ao novo dirigente, o governador cessante, Alberto Vaquina, indicou o lançamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Província e Conferência de doadores ou investidores como sendo um dos principais desafios que deixa; além da transferência das vilas sede de Marromeu, Búzi e Machanga devido a sua vulnerabilidade em períodos de cheias. Também se referiu a refuncionalização da Casa dos Bicos, apetrechamento de escritórios e residências dos funcionários do Estado, sobretudo nos distritos, e ainda o aproveitamento das instalações/ área do Grande Hotel.
Outra personalidade intelectual convidada pelo nosso jornal para interpretar o primeiro discurso do novo Governador de Sofala, Maurício Vieira, é o Director da Universidade Pedagógica, Delegação da Beira, Zacarias Ombe: “A interpretação que eu faço é que ele está a fazer um apelo para que todos os membros do governo e outros colaboradores se dediquem com todo o afinco no cumprimento do plano quinquenal que já foi elaborado e que o mais importante é cada um fazer a sua parte dentro deste vasto programa quinquenal do Governo. Portanto, é esta a interpretação que faço, que ele é o coordenador de todo esse trabalho, mas cada um deve fazer a sua parte, deve dedicar-se com todas energias para o cumprimento do programa quinquenal do Governo. Isso é que é mais importante”.
Quanto as áreas que considera prioritárias para Maurício Vieira atacar de imediato, Zacarias Ombe referiu-se aquelas que de facto contribuem para a redução da pobreza. “Podemos dizer, continuar a envidar esforços para o aumento da produção e produtividade, por exemplo na área da Agricultura”. Ombe destacou o facto desse ano ser de seca, daí ter recomendado que um esforço muito importante deve ser feito nessa direcção. E também nas áreas sociais como a Saúde e Educação.
Salientar que tanto Jone como Ombe testemunharam a cerimónia de transferência de poderes do governador cessante para o actual, e participaram da primeira sessão extraordinária do Governo Provincial de Sofala, realizada esta segunda-feira, a qual foi conjuntamente orientada pelo mandatário do Presidente da República e Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, e pelos governadores cessante, Alberto Vaquina, e o actual, Maurício Vieira.
Quanto a Zacarias Ombe, referir também que faz parte dos convidados permanentes às sessões do Governo Provincial de Sofala, entanto que Delegado da Universidade Pedagógica, a primeira instituição que lecciona o ensino superior a funcionar nesta província.
