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Sarkozy mantém a guinada à direita e Hollande lidera a pesquisa

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, aprofundou, Quinta-feira, a sua guinada política à direita, tentando seduzir o eleitorado que votou em Marine Le Pen na primeira volta de Domingo passado.

Ele propôs que os policiais tenham mais liberdade para atirar ao perseguir os suspeitos. Num novo golpe para o presidente conservador, o desemprego na França alcançou em Março o seu maior nível desde Setembro de 1999, atingindo 2,88 milhões de pessoas, alta de 7,2 por cento em relação a Março de 2011, depois de 11 meses sucessivos de alta.

Uma nova pesquisa do instituto TNS-Sofres, publicada a dez dias da segunda volta, aponta o socialista François Hollande com 55 por cento das intenções de voto, contra 45 por cento de Sarkozy, que deve tornar-se assim o primeiro presidente francês em mais de 30 anos a perder uma disputa pela a reeleição.

Os dados da pesquisa mostram que Sarkozy não está a ter sucesso em cortejar os 6,4 milhões de franceses que optaram na primeira volta pela candidata da Frente Nacional.

Marine Le Pen, que deu à extrema direita o melhor resultado da sua história, 17,9 por cento, ainda pode tentar arrancar concessões de Sarkozy antes de anunciar, próxima semana, a sua posição para a segunda volta.

O seu principal interesse no momento é formar uma bancada sólida nas eleições parlamentares de Junho.

Tanto Hollande quanto Sarkozy tentam herdar os eleitores de Le Pen, mas Sarkozy faz o galanteio mais explícito, dizendo respeitar as pessoas que votaram num partido que foi durante tanto tempo estigmatizado.

A Frente Nacional não elege deputados desde 1986, quando a França fez uma experiência com a representação proporcional, e o partido elegeu 35 parlamentares.

Agora, o voto é distrital puro, com duas voltas de votação, o que reduz as chances de partidos minoritários.

Numa segunda volta entre Frente Nacional e um socialista, o UMP (partido de Sarkozy) e o presidente preferem que seja eleito um dos meus deputados ou um socialista?”, questionou a ex-candidata, cobrando do presidente um compromisso de não atrapalhar a campanha parlamentar da Frente Nacional.

Ainda não tenho uma resposta a essa questão. Estou a espera. A forma de me expressar vai depender da resposta”, acrescentou Le Pen, que prometeu anunciar a sua posição em 1º de Maio, quando o seu partido realiza uma celebração do Dia de Joana D’Arc”.

Hollande tem acusado Sarkozy de estimular o crescimento da extrema direita ao imitar a postura agressiva da Frente Nacional em questões de imigração e identidade nacional.

Quinta-feira, o presidente adoptou outra proposta de Le Pen, ao defender uma alteração na lei de modo a pressupor, até prova em contrário, a situação de legítima defesa quando um policial em serviço dispara contra um suspeito.

Ele fez a promessa depois de centenas de agentes fazerem uma manifestação com carros da polícia na avenida Champs-Elysées, em apoio a um colega que está a ser processado por homicídio depois de matar um fugitivo armado num subúrbio parisiense.

Num Estado de direito, não podemos colocar no mesmo nível um policial a fazer o seu trabalho e um violador da lei a fazer o seu trabalho”, disse Sarkozy aos seguidores entusiasmados, que gritavam em coro: Vamos ganhar!”.

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