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Sarkozy e Hollande trocam palavras num debate de Televisão

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o seu rival socialista François Hollande fizeram duelo, Quarta-feira, no único debate televisivo prévio à segunda volta das eleições presidenciais, que eram vistos como a última chance para que Sarkozy revertesse o prognóstico de derrota, próximo Domingo.

Hollande, que tem uma vantagem de 6 a 10 pontos percentuais nas pesquisas, começou o debate num tom confiante e relaxado, prometendo ser “o presidente da justiça”, “o presidente da retomada” e “o presidente da unidade”.

Ele disse que Sarkozy divide o povo francês e usa a crise económica global como desculpa para não ter cumprido as promessas que levaram à sua primeira eleição, cinco anos atrás. “Com o senhor é muito simples: nunca é sua culpa”, disse ele.

O presidente conservador acusou repetidamente o seu adversário de mentir sobre cifras económicas, e recitou inúmeras estatísticas para tentar desequilibrar o socialista.

“É muito legal falar em unir as pessoas, mas isso precisa de ser posto em prática”, disse o presidente. “O exemplo que eu quero seguir é o da Alemanha, e não da Espanha e Grécia”, acrescentou, citando dois países em grave crise económica na zona do euro.

O duelo foi transmitido em directo por canais que atingem praticamente metade dos 44,5 milhões de eleitores. O debate culminou vários meses de ataques mútuos, nos quais Sarkozy chamava o socialista de incompetente e mentiroso, e Hollande acusava o rival de ser um “presidente fracassado”.

Sarkozy vinha apostando todas as suas fichas nesse evento para virar o favoritismo a seu favor. “Não é uma disputa de palavras, é uma hora da verdade”, disse ele, esta semana, aos jornalistas.

Mais impopular presidente a disputar uma reeleição na França, e o primeiro na história moderna a não ter liderado na primeira volta, Sarkozy é visto por muitos como responsável pelos problemas económicos da França, e o seu estilo pessoal desagrada a grande parte do eleitorado.

Depois da segunda volta, ele tem feito propostas, especialmente de controle imigratório, que buscam atrair o eleitorado que na primeira volta deu quase 18 por cento dos votos à ultraidireitista Marine le Pen.

Terça-feira, Le Pen libertou os seus 6 milhões de eleitores para votarem como preferirem, no que representou mais um golpe para as esperanças de Sarkozy, que esperava uma declaração do seu apoio.

As pesquisas mais recentes indicaram uma ligeira redução na vantagem de Hollande, mas ainda dentro duma margem confortável.

No levantamento da Quarta-feira do instituto BVA, ele tinha 53,5 por cento das intenções de voto, contra 46,5 por cento de Sarkozy, queda de 1 ponto percentual na vantagem em prol do socialista.

No evento da Quarta-feira, os dois candidatos ficaram sentados em lados opostos duma mesa, a 2,5 metros de distância, e foram observados por 20 câmaras.

Até a temperatura do estúdio (entre 19ºC e 20ºC) e o tipo de cadeira (com regulagem de altura) passou pelo crivo das duas campanhas.

Sarkozy e Hollande negaram que tenham feito treinamentos especiais para o debate. Nos últimos dias, o presidente vinha criticando o seu rival por ter rejeitado a realização de dois debates adicionais.

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