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“São possivelmente mais veneno do que medicamentos”

Os medicamentos que se vendem nos mercados informais moçambicanos “são possivelmente mais veneno do que medicamentos”, considera o ministro moçambicano da Saúde, Alexandre Manguele, assegurando o empenho no combate à situação.

Falando, quarta-feira, na cerimónia alusiva ao Dia Mundial da Saúde, Alexandre Manguele disse que Moçambique vive “uma situação em que há medicamentos a circular por toda a parte: pelas ruas, pelos mercados informais, ao sol e à chuva”.

“Pela condição em que se encontram não são propriamente medicamentos”, pois “não estão em condições de tratar nem curar, são possivelmente mais veneno do que medicamentos”, disse o governante, defendendo a necessidade de as autoridades sanitárias actuarem no sentido de reverter a situação.

Dia Mundial da Saúde

Na comemoração do Dia Mundial da Saúde, na quintafeira, sob lema “Resistência aos anti-microbianos: se não actuarmos hoje, não haverá cura amanhã”, foi destacado o apelo da ONU a todos os países para conterem a disseminação da resistência aos anti-microbianos, através da adopção de um pacote de seis medidas.

Os anti-microbianos são medicamentos utilizados no tratamento das infecções causadas por bactérias, fungos, parasitas ou vírus, cuja resistência “é actualmente considerada um assunto emergente e constitui um problema para a saúde pública”, segundo Alexandre Manguele.

A resistência àqueles tratamentos, “que resulta principalmente do uso irracional dos medicamentos”, devido “à falta de informação aos doentes” sobre os riscos da auto-medicação, “obriga a mudanças para linhas de tratamento mais caras, o que em alguns casos conduz à descontinuação (paragem da medicação) dos medicamentos e morte”, disse Alexandre Manguele.

Comentários do representante da OMS

Por seu turno, o representante da Organização Mundial da Saúde em Moçambique, El Hadi Benzerroug, apelou ao Governo moçambicano para adoptar “medidas urgentes e coordenadas, a todos os níveis, para garantir a preservação destes medicamentos salva-vidas para as gerações futuras”.

“A vigilância é a estratégia primária para detectar e acompanhar a emergência da resistência aos medicamentos na população, o que permitirá tomar medidas rápidas e apropriadas. Os países deverão, por isso, reforçar as suas capacidades para a rápida detecção e identificação dos germes resistentes”, disse El Hadi Benzerroug.

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