A Rússia, país com direito a veto entre os membros do Conselho de Segurança da ONU, não permitirá que zonas de exclusão aérea sejam impostas sobre a Síria, disse, esta Segunda-feira (17), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Alexander Lukashevich.
“Acho que nós, fundamentalmente, não vamos permitir esse cenário”, disse Lukashevich em entrevista colectiva, acrescentando que os pedidos por uma zona de exclusão aérea mostraram desrespeito pela lei internacional.
Lukashevich falou antes das planeadas negociações entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Barack Obama, em paralelo à reunião de cúpula do G8 na Irlanda do Norte, cuja expectativa era se concentrar sobre o conflito na Síria, que já matou pelo menos 93 mil pessoas.
A Rússia e os Estados Unidos estão a tentar trazer representantes do presidente sírio, Bashar al-Assad, e os seus opositores à mesa de negociações, mas Moscovo criticou os planos dos EUA para armar as forças rebeldes e considerar a imposição de uma zona de exclusão aérea.
“Todas essas manobras sobre zonas de exclusão aérea e corredores humanitários são uma consequência directa da falta de respeito pelo direito internacional”, disse Lukashevich.
Ele disse que a Rússia não queria um cenário na Síria semelhante aos acontecimentos na Líbia, depois da imposição de uma zona de exclusão aérea que permitiu aos aviões da NATO ajudarem os rebeldes a derrubar Muammar Khaddafi.