Através de um acordo a ser rubricado em meados de 2010 pelos dois governos, a Rússia afirma que irá cancelar o pagamento de juros por Moçambique referentes à sua dívida externa num valor global de 3,1 biliões de dólares norteamericanos.
A mesma dívida já foi perdoada pelo Governo russo em finais de 2000 e a sua grande parte tinha sido contraída para aquisição de equipamento militar que sustentou a guerra da FRELIMO contra o colonialismo português e mais tarde para combater a guerrilha desenvolvida pela RENAMO. A assinatura do acordo para cancelamento do pagamento de juros da dívida externa moçambicana foi anunciada pelo embaixador da Rússia em Moçambique, Igor Popov, que declinou revelar o valor de juros a ser perdoado, alegadamente por ser objecto de uma avaliação global para constar nos documentos a serem rubricados pelos dois governos.
Popov disse, falando em entrevista ao Correio da manhã, que a medida se inseria “dentro do espírito do relançamento da cooperação entre Moçambique e Rússia” que agora está a ser direccionada para a área do investimento directo privado de companhias daquele país para prospecção de hidrocarbonetos, ou seja, gás natural e petróleo, na costa da província central de Sofala.
Os trabalhos de prospecção daqueles hidrocarbonetos serão feitos pela companhia mista Salym Petroleum Development, de capitais russos e holandeses, que já manifestou interesse em realizar a perfuração de dois poços de petróleo em Sofala, em parceria com a sua congénere sul-africana Sasol, que lidera os trabalhos de exploração do gás natural de Pande e Temane, na província de Inhambane.
De referir, entretanto, que Moçambique e a Rússia assinaram, semana passada, em Maputo, um acordo de supressão de vistos em passaportes diplomáticos e de serviços, a vigorar um mês após a ratificação do documento pelos respectivos parlamentos (Cm n° 3226, pág. 3). O acordo foi rubricado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, e pelo embaixador russo em Moçambique, Igor Popov.
