Está num avançado estado de degradação o ecossistema circundante do rio Púnguè, nas províncias de Manica e Sofala, provocando contaminação das suas águas, segundo Natasha Ribeiro, investigadora a soldo da Universidade Eduardo Mondlane.
Ribeiro apontou como origem da situação “a crescente e preocupante” proliferação de unidades de exploração de ouro naquelas regiões do Centro do país, “agravando a degradação do ecossistema e contaminação das águas do rio Púnguè”. Contra o cenário que está a transformar a água do rio Púnguè em “avermelhada”, aquela cientista moçambicana disse que se devem intensificar acções de legalização e monitoria da actividade dos operadores informais que se dedicam à produção do ouro, “não apenas naquelas duas províncias, mas em todo o país por forma a se conter casos de contaminação dos nossos rios”.
Florestas
Entretanto, o ministro da Ciência e Tecnologia, Venâncio Massingue, disse haver necessidade de o país aproveitar o facto de pouco mais de metade de Moçambique ser constituído por florestas para minorar os efeitos das mudanças climáticas que se registam. “Não serão medidas de proibição que vão preservar a natureza, recursos naturais ou biodiversidade, mas sim a mudança de atitude que levará a uma convivência entre a natureza e a população”, realçou Massingue, falando na abertura da reunião internacional sobre biodiversidade que decorreu, esta quintafeira, em Maputo.
O encontro visava a troca de experiências entre pesquisadores de Moçambique e de outros países da região Austral de África, assim como alertar para a importância da conservação do ecossistema. O evento foi organizado pela Academia de Ciências de Moçambique, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, e contou com a presença de Albert Van Jaarsveld, presidente do Fundo de Investigação Científica da África do Sul.