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Reunião árabe começa com críticas a Israel

Liga Árabe apoia presidente sudanês contra CPI

Líderes árabes iniciaram nesta segunda-feira em Doha sua reunião anual com críticas a Israel, um dia antes da apresentação do novo governo do Estado hebreu, encabeçado pelo líder da direita Benjamin Netanyahu.

Além disso, a reunião acontece na presença do presidente do Sudão, Omar al-Bashir, que desafia assim uma ordem de prisão emitida contra ele pela Corte Penal Internacional (CPI) por crimes contra a humanidade em Darfur.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao próximo governo israelense de Benjamin Netanyahu, que deve tomar posse na terça-feira após a aprovação da Knesset (Parlamento), que congele a colonização nos territórios ocupados.

“O novo governo israelita deve congelar a colonização, acabar com as medidas unilaterais em Jerusalém (NR: Jerusalém Oriental ocupada) e prosseguir com as negociações com os palestinos para obter uma solução de paz”, declarou Ban durante a sessão de abertura da reunião de cúpula da Liga Árabe em Doha.

Também pediu ao próximo governo de Israel, dirigido pelo líder do Likud, principal partido da direita israelense, que alivie o bloqueio da Faixa de Gaza, controlada pelos radicais do Hamas. “O novo governo deve permitir às pessoas e aos bens circular”, disse.

Ban afirmou ainda que o compromisso da nova administração americana do presidente Barack Obama de fazer do processo de paz no Oriente Médio “uma prioridade maior” é “animador”. Para o presidente sírio, Bashar al-Assad, os países árabes carecem de verdadeiros interlocutores no processo de paz com Israel.

“A chegada de um governo de direita e extremista não muda nada, porque tanto a direita como a esquerda e o centro refletem todos uma realidade: a sociedade israelense não está pronta para a paz”, declarou Assad na abertura de uma reunião de cúpula árabe.

“Isto significa claramente que enquanto a parte árabe, desde que lançamos nossa iniciativa de paz, não temos um verdadeiro interlocutor no processo de paz”, acrescentou. Assad referi-sea ao plano de paz, de inspiração saudita, adotado na reunião de cúpula árabe de 2002, que oferece ao Estado hebreu uma normalização das relações em troca da retirada israelense dos territórios árabes ocupados em 1967. Israel nunca aceitou este plano, apesar de ter indicado que o mesmo tem elementos positivos.

A XXI reunião de cúpula árabe acontece sem a presença do presidente egípcio, Hosni Mubarak, e na véspera da segunda reunião de cúpula dos países da Liga Árabe e da América do Sul. Ao mesmo tempo, o secretário-geral da ONU pediu ao Sudão que anule a expulsão de 13 ONGs internacionais de Darfur, em um discurso em Doha na presença do presidente sudanês Omar al-Bashir, acusado de crimes de guerra pela Corte Penal Internacional (CPI).

“Continuo preocupado com a decisão do governo de expulsar organizações não governamentais importantes e de suspender o trabalho de três ONGs nacionais que proporcionam serviços essenciais para a vida de mais de um milhão de pessoas em Darfur”, afirmou Ban na abertura de uma reunião de países árabes em Doha.

Segundo a ONU, a violência em Darfur, que está em guerra civil desde 2003, já provocou 300.000 mortes, número que Cartum reduz para 10.000. Também deixou 2,7 milhões de deslocados. As ONGs foram expulsas em represália à ordem de prisão de Bashir emitida em 4 de março pela CPI, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Darfur.

“Peço mais uma vez às autoridades sudanesas que reconsiderem a decisão”, completou o secretário-geral das Nações Unidas.

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