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Resistência à crise: Africa pode surpreender o mundo

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse na segunda-feira, em Maputo, que se as companhias aéreas africanas olharem para os seus aspectos comuns e os capitalizar surpreenderão o mundo ao virem a provar não serem os mais sacrificados pela actual crise financeira mundial.

Falando na abertura da 41/a assembleia-geral da Associação das Companhias Aéreas Africanas (AFRAA), a decorrer de segunda-feira até terça-feira, Guebuza afirmou que o espírito da AFRAA de ser um fórum de articulação dos pontos de vista dos seus membros na solução dos problemas de interesse comum irá ajudar a transformar esta crise em oportunidade. “Se olharmos mais para aquilo que nos une e capitalizar nesses pontos comuns, surpreenderemos o mundo ao mostrarmos que nós os africanos não vamos ser tão sacrificados pela crise.

Mostraremos ao mundo, que em tempos de crise, a união dá mais força do que a competição desalmada”, vincou Guebuza. Assim, o estadista moçambicano exortou a todos os participantes deste encontro, que acontece pela primeira vez em Maputo para, durante os seus trabalhos, procurarem sinergias no que os une, como africanos, para se poder encontrar facilmente a resposta à crise. “Não devemos só esperar pelas soluções de fora, pois essas devem servir para complementar o que nós somos capazes de fazer.

Devemos procurar o que nos serve e influenciar as soluções globais para que estas sirvam também os nossos interesses”, defendeu. Guebuza considera de essencial o papel da AFRAA na criação de um ambiente mais seguro, competitivo e sustentável para a indústria da aviação civil africana num mundo cada vez mais global. No plano nacional, Guebuza disse que a visão do Governo é de que o transporte aéreo deve ser catalizador do desenvolvimento económico e do encontro de culturas e povos.

É nesse sentido que se terá de eliminar as barreiras (do mercado), de forma responsável, gradual e segura. No seu contacto com a imprensa, o Ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, disse que os passos tendentes a liberalização do espaço aéreo nacional estão a um nível avançado. Este ano, o Governo lançou o concurso público para seleccionar mais companhias que pretendam operar no espaço nacional. Zucula disse que existem várias rotas a serem abertas e espera-se que, ainda este ano, quatro companhias voem na rota Maputo-Joanesburgo.

Questionado sobre se a companhia moçambicana não temia a liberalização do mercado, o Presidente do Conselho de Administração das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), José Viegas, disse que esta empresa pública está melhor preparada agora do que como se encontrava há três anos. Viegas comparou a liberalização do espaço aéreo com o vento, que não se pode parar com as mãos. “Temos é que nos adaptar a este processo, melhorar a qualidade dos serviços e, sobretudo, da segurança”, disse.

A LAM, que nesta assembleia-geral cessa a presidência rotativa da AFRAA, inaugurou, semana passada, uma nova rota para o estrangeiro, ao contar com dois voos semanais para a capital angolana, Luanda. O sonho da LAM não termina em Luanda e, segundo Viegas, a sua companhia está a pensar em chegar a cidade sulafricana do Cabo e em reabrir a rota Maputo-Lisboa a partir do próximo ano.

Neste encontro de Maputo, os delegados da AFRAA irão partilhar experiências de sucesso e elaborar um plano estratégico de desenvolvimento dessa indústria de modo a contribuir para o reforço da agremiação. A fraca cooperação entre as companhias africanas, novas oportunidades de negócios em momentos de desafios e inovações necessárias em tempos de crise são os diversos temas que irão orientar os trabalhos dos delegados nos dois dias da Assembleia-geral da AFRAA.

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