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Resgate compulsivo das vítimas de cheias

A Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC) poderá iniciar o resgate compulsivo de comunidades que se encontram em zonas de risco a inundações ao longo do baixo Zambeze, Centro de Moçambique. Trata-se de comunidades identificadas nos distritos de Mutarara, na província de Tete, Mopeia e Chinde, na Zambézia, que ainda resistem em abandonar os locais considerados críticos.

O Comandante da UNAPROC, Tenente- Coronel Leonardo Dimas, justificou esta acção com o facto de algumas famílias correrem risco de vida. Por exemplo, no povoado de Saconge, em Mutarara, 50 famílias se encontram sitiadas, muito embora tivessem sido avisadas atempadamente para a sua retirada voluntária. “O prazo expirou hoje (quinta-feira última) e se eles não se retirarem seremos obrigados a resgatar-lhes”, disse ele, citado pelo jornal “Notícias” de hoje.

Segundo Dimas, a sua equipa que se encontra posicionada em Caia já analisou a vulnerabilidade das comunidades em causa e constatou que, de facto, aquela população corre perigo de vida. “O Zambeze atingiu níveis altos. Fugindo da corrente, os crocodilos recorrem a estas zonas em que estão confinadas as famílias. Neste caso, temos que agir com vista a preservar as vidas humanas em perigo”, acrescentou Dimas.

Enquanto isso, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) prossegue com a monitoria da situação em Mutarara, Mopeia, Chinde (também na Zambézia), Tambara, em Manica, bem como em Chemba, Caia e Marromeu, já na província de Sofala, todas no Centro do pais. Nestes locais, apesar de haver um número reduzido de famílias em risco, o grosso das pessoas reassentadas carecem de ajuda alimentar devido a efeitos combinados de seca e inundações.

Na província da Zambézia, cerca de oito mil famílias já saíram das zonas de risco para regiões seguras, segundo disse o Delegado do INGC, João Zamissa. Por outro lado, as autoridades continuam a sensibilizar as pessoas que se mantêm em zonas perigosas para se transferirem para as áreas seguras. Há duas semanas, o Governo decretou Alerta Vermelho Institucional, decisão que confere poderes às instituições do Estado para retirar compulsivamente as populações residentes em zonas de risco a inundações, devido às cheias que se registam em quase todo o território nacional.

As cheias já são uma realidade em Moçambique, particularmente nas regiões Centro e Sul, onde há vias de acesso cortadas, comunidades isoladas, além de infraestruturas sociais como escolas e hospitais destruídas ou paralisadas. Até agora, cerca de 20 mil pessoas encontram-se afectadas pelas cheias e inundações, mas estima-se que o número de vítimas poderá duplicar ainda na presente época chuvosa.

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