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Renamo distancia-se do assalto ao paiol de Savane e promete dividir Moçambique pelo rio Save

A Renamo, maior partido da oposição, afirma que vai, a partir desta quinta-feira (20), impedir a circulação de viaturas transportando bens e pessoas entre o rio Save e Muxúnguè, assim como o movimento de comboios nos troços Beira-Moatize e Beira-Marromeu, no centro de Moçambique para travar a movimentação de armamento e militares do Governo em direcção à Satungira, onde o seu líder reside desde os finais do ano passado.

Paralelamente a isto, a Renamo vai ampliar o raio de defesa deste local com o objectivo de salvaguardar a segurança do seu presidente, Afonso Dhakama, e interditar todos os movimentos da Força de Intervenção Rápida (FIR) nas proximidades da sua residência, em Satungira, Gorongosa.

“As forças da Renamo vão-se posicionar para impedir a circulação de viaturas transportando pessoas e bens, porque o Governo usa essas viaturas para transportar armamento e militares à paisana, para se concentrarem nas proximidades de Satungira para o ataque ao presidente da Renamo”, disse Jerónimo Malagueta, chefe do Departamento de Informação daquele partido.

O anúncio foi feito durante uma conferência de impressa na qual a Renamo se distanciou dos ataques ao paiol das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), no posto administrativo de Savane, distrito de Dondo, em Sofala. “… o ataque ao paiol de Savane não tem nada a ver com as forças de defesa e segurança da Renamo”, sublinhou o Malagueta, acrescentando mais adiante que “a Renamo quando atacou o quartel da Força de Intervenção Rápida assumiu e apontou as motivações que originaram tal operação”.

Para Malagueta o facto de o Governo ter saído a afirmar que o acontecimento da madrugada desta segunda-feira (17) foi protagonizado pelas forças da Renamo é apenas uma manobra de enganar a sociedade moçambicana e a comunidade internacional. Este diz que a Frelimo e Governo sabem quem desencadeou os ataques. A Renamo diz ainda que o assalto do paiol em Savane pode ter sido protagonizados por um grupo de moçambicanos como resultado do descontentamento generalizado causado pela exclusão.

Não queremos guerra

Na sua intervenção, o chefe de informação da Renamo deixou ficar claro que aquele partido não pretende que haja guerra, mas sim “um país de inclusão em todas as esferas da vida”. Esta formação política diz ter chegado à conclusão de que atacar os quartéis da FIR “não resolve os problemas”.

Assim, as acções que a serem levadas a cabo a partir desta quinta-feira visam “fragilizar a logística dos que fazem sofrer os moçambicanos, sujeitando-os à escravatura”. “A morte de um jovem da FIR para o Governo não representa absolutamente nada, pois, em seguida recruta mais 100 para os mandar para o campo de guerra sem nenhuma preparação militar adequada. Assim, a Renamo não pretende eleger os jovens militares ou para-militares como seus alvos, até porque não queremos guerra”, justifica.

A Renamo apelou ainda aos utentes da Estrada Nacional Número Um troço, Save-Muxúnguè a absterem-se de usá-la a partir da quinta-feira, 20 de Junho.

Negociação continuam na segunda-feira

Durante a conferência de imprensa Malagueta explicou que as negociações que vêm decorrendo entre a Renamo e o Governo poderão continuar na segunda-feira, não obstante o cenário que o país vive. “Continuamos a privelegiar uma solução negociada, mas não como mendigos porque o que exigimos é transparência na gestão da coisa pública, do bem comum e de processos eleitorais livres, justas e transparentes”, concluiu.

Moçambique dividido pelo meio

A efectivar-se o controle da Estrada Nacional nº 1, pelos homens armados da Renamo, Moçambique ficará separado em duas metade sem comunicação terrestre para o transporte de bens de consumo diário e também de passageiros. Milhares de moçambicanos transitam todos os dias por esta estrada.

Por outro lado, se for interrompido o tráfego ferroviário na linha de Sena, ficará cortado o acesso, de e para, às minas de carvão mineral na província de Tete.

Enquanto a tensão aumenta, o Presidente de Moçambique e também Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Armando Guebuza, continua e presidência aberta em alguns distritos recônditos da província nortenha do Niassa.

Nesta quarta-feira (19) não houve nenhum pronunciamento oficial, de um membro do Governo, no seguimento da posição assumida pela Renamo.

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