A Renamo voltou hoje a exigir ‘prova bastante’ do alegado envolvimento do seu líder, Afonso Dhlakama, nas ameaças de morte ao jornalista e director do semanário “Magazine Independente”, Salomão Moyana. Falando hoje, em Maputo, em conferência de imprensa, o Porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse que esta formação politica na oposicao sente que a figura do seu Presidente foi atentada, “pelo que exige a reposição dos factos e que seja apresentada prova bastante do seu envolvimento nesse acto”.
Mazanga, que não descartou a possibilidade de os juristas da Renamo recorrerem as instituições de justiça, disse que o seu partido se distancia de qualquer comportamento que pode perigar a liberdade de imprensa. “Cabe as instâncias judiciárias apurar a inocência ou a culpa do acusado”, disse Mazanga, adiantando que ‘seja como for nada pode justificar ameaças de morte ou de integridade física, mas também nada pode justificar a transformação de uma suspeita em acto consumado”.
A fonte afirmou que o que Moyana escreveu, em Editorial, no “Magazine Independente” de 26 de Maio ultimo, sobre o alegado envolvimento de Dhlakama no assunto em questão, significa que o jornal ‘já investigou, acusou e condenou Dhlakama como sendo o autor moral das mensagens que Moyana recebeu”.
Segundo Mazanga, para a Renamo a critica não deve ser confundida com artigos que ‘roçam a raias’, o abuso de confiança, para a qual a Procuradoria-geral da Republica (PGR), de forma oficiosa, devia agir em defesa de qualquer cidadão e mais ainda quando esse cidadão é membro do Conselho de Estado.
O Porta-voz da Renamo condenou ainda a imagem de capa do semanário o ‘Publico’, de Maputo, na sua edição de 24 de Maio ultimo, onde Afonso Dhlakama aparece fardado e empunhando uma arma apontada a Salomão Moyana. “Afonso Dhlakama nunca vestiu uniforme militar desde 1992. Com esta imagem, esta se a tentar dizer que Dhlakama é um belicista”, disse Fernando Mazanga.
O jornalista Salomão Moyana foi alvo de ameaças de morte, nos meados de Maio, proferidas por pessoas desconhecidas, através de mensagens SMS. Tais mensagens, para além de intimidatórias, apresentavam obscenidades contra o jornalista. Na senda das referidas ameaças, Salomão Moyana viu ainda a sua viatura pessoal vandalizada.