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Renamo ameaça dividir a província de Sofala

O delegado político da Renamo em Sofala, Fernando Mbararano, diz que o seu partido ameaça dividir esta província do centro do país a partir do rio Save por alegada viciação dos resultados eleitorais. Falando numa conferência de imprensa, no domingo, na cidade da Beira, capital provincial, Mbararano disse que os militantes do seu partido estavam já preparados para dividir Sofala.

Mbararano afirmou que a divisão seria concretizada assim que o seu partido confirmar as informações da alegada viciação de resultados eleitorais que vem dos distritos daquela província. Para o delegado, a Renamo ganhou o pleito eleitoral de 28 de Outubro passado nesta parcela do país. Citado pelo jornal electrónico “Mediafax”, Mbararano disse que os resultados que vem sendo divulgados pelos órgãos eleitorais são reflexo de enchimento de urnas com votos favoráveis a Frelimo e (Armando) Guebuza e que a isso se junta o facto de as autoridades policiais terem alegadamente ameaçado muitas pessoas impedindo lhes que exercessem o seu direito cívico.

A acusação de Mbararano foi extensiva aos órgãos eleitorais que, segundo ele, também impediram que muitos eleitores votassem alegadamente porque os seus nomes não constavam dos cadernos eleitorais. Chamado a sustentar estas acusações, Mbararano não trouxe nada de novo limitando-se a dizer que tinha informações claras vindas dos distritos e que o seu partido estava a fazer a compilação de tais irregularidades.

Este posicionamento de Mbararano surge depois de o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ter dito semana passada, à sua chegada no aeroporto de Nampula, que iria incendiar o pais e tomar o poder à força caso confirmasse alegadas irregularidades e viciação de resultados eleitorais da votação de 28 de Outubro último.

A ameaça do líder da Renamo foi prontamente condenada pelos partidos políticos, organizações da sociedade civil e observadores eleitorais que repudiam o discurso de retorno a guerra.

Entretanto, os resultados eleitorais já apurados apontam para uma virtual vitória da Frelimo, nas legislativas, e de Armando Guebuza, nas presidenciais. Com cerca de 90 por cento de votos processados, Guebuza soma 76,25 por cento de votos, contra 14,93 por cento de Afonso Dhlakama (Renamo) e 8,82 por cento de Daviz Simango (MDM).

Em Sofala, onde já foram apurados 99 por cento dos votos, a Frelimo contabiliza 162.922 votos (51,2 por cento), MDM 74.257 (23,3 por cento) e Renamo 72.753 votos (22,8 por cento).

Nesta província, antes considerada bastião da oposição, a Renamo e seu candidato presidencial venceram em apenas dois distritos, Caia e Chibabava, terra natal de Dhlakama. O MDM e Daviz Simango venceram na cidade da Beira. A Frelimo a Armando Guebuza venceram nos restantes 10 distritos de Sofala.

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