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Religiosos contra liberalização do aborto em Moçambique

Responsáveis e crentes religiosos não concordam com a liberalização do aborto em Moçambique, anunciada pelo Governo do Maputo, por acreditarem que a lei irá trazer “mais mortes” e afecta os princípios religiosos.

A proposta da revisão do Código Penal, que o Governo moçambicano vai submeter ao parlamento, liberaliza o aborto até aos primeiros três meses.

A permissão do aborto voluntário nas primeiras doze semanas de gravidez no futuro Código Penal moçambicano tem como objectivo, segundo o Executivo do Maputo, responder ao aumento de abortos clandestinos em todo o país, que refere “matam cinco mil mulheres” anualmente.

“O aborto é errado, quer tenha poucos dias, quer sejam muitos, fazer aborto é pecado grave, a alma é dádiva do nosso criador, por isso não devemos tirá-la. Apesar de não castigarmos as pessoas que fazem esse erro, acreditamos que Deus as vai castigar no futuro”, disse à LUSA o pastor Nito, da Igreja Universal do Reino de Deus.

“A ideia do novo Código Penal de se liberalizar o aborto não é bem-vinda na nossa igreja”, referiu, por seu lado, Brian Mabone, bispo da Igreja Metodista Wesleane.

“O aborto pode ser feito dependendo da situação, mas não se deve legalizar. Se a gravidez põe em risco a vida da mãe deve-se fazer o aborto. Mas, quando a mulher faz o aborto, para mostrar que somos contra a liberalização do aborto, nós excomungamos imediatamente a pessoa, isto é, se a pessoa é membro pleno, deixa de participar na Santa Ceia, por três a seis meses”, acrescentou Mabone.

Yumina Yasmin, crente muçulmana, referiu que em nenhum momento concorda com a liberalização do aborto, mas diz que não está preocupada com a medida, pois são raros os casos de aborto entre os seguidores da sua fé.

“O aborto não deve ser liberalizado, porque as pessoas vão ser menos responsáveis, menos cautelosas. A questão do aborto é contra os nossos princípios, mas não queremos falar desses assuntos na nossa igreja, pois são raros os casos”, disse.

“Nós usamos o princípio bíblico que diz ‘dente por dente, olho por olho’, mas não querendo dizer com isso que quando a mulher comete esse pecado nós matamos a pessoa”, disse Elias Bila, ancião da igreja Testemunha de Jeová.

“O aborto é um crime muito grave, e não devemos fazê-lo em nenhuma situação, do feto que coloca em risco a vida da mãe, à mulher violada, pois a criança é uma dádiva do nosso criador”, acrescentou Elias Bila.

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