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Relatório da Rússia à morte do Presidente polaco aponta responsabilidades à tripulação do avião

O acidente aéreo que causou a morte do Presidente polaco Lech Kaczynski, e mais outras 95 pessoas, quando rumavam em Abril passado para uma cerimónia na Rússia, deveu-se à “falta de preparação” da tripulação que decidiu fazer a aterragem do aparelho apesar de avisada sobre as adversas condições meteorológicas, concluiu o relatório final das autoridades russas esta quarta-feira apresentado publicamente.

O piloto estava sob “enorme pressão psicológica” segundo escreve a agência Reuters “Ele vai zangar-se”, ouve-se um dos membros da tripulação dizer nas gravações áudio do voo, aludindo a pressões daqueles que seguiam a bordo do Tupolev-154M para que o avião seguisse viagem e fizesse a aterragem como estava programada.

“Por um lado [o piloto] sabia que o avião não devia aterrar naquelas condições, e por outro havia uma enorme pressão a bordo para tal ser feito”, observou a directora do Comité russo de Aviação, Tatiana Anodina, ao apresentar esta manhã em Moscovo as conclusões do inquérito feito pelas autoridades aéreas russas.

Anodina sublinhou que a decisão de prosseguir com a aterragem naquelas condições foi a “causa directa” da queda do avião, insistindo que o piloto foi “influenciado” e estava sob “enorme pressão psicológica” pela presença no cockpit de Kaczynski e de outros responsáveis de topo polacos – incluindo o chefe das Força Aérea, cujas análises post-mortem “indicaram ter um nível de 0,6 miligramas de álcool no sangue”.

O acidente, que ocorreu sob um intenso nevoeiro perto do aeroporto russo de Smolensk, a 10 de Abril, causou a morte a todos quantos seguiam a bordo, desde o chefe de Estado polaco, à mulher deste, Maria Kaczynska, e a vários membros do Governo, deputados e militares.

A comitiva seguia para a Rússia para participar numa cerimónia assinalando o 70º aniversário do massacre de cerca de 22 mil oficiais polacos prisioneiros do Exército Vermelho durante a II Guerra Mundial na cidade de Katyn.

A Rússia enviara à Polónia, em Dezembro, a documentação deste inquérito, ao qual Varsóvia reagiu manifestando-se “descontente” com as “lacunas” e “lentidão” nas investigações das autoridades aéreas russas – dando azo a um azedar de relações entre os dois países.

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