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Relacionamento entre Moçambique e Botswana esta a deixar marcos

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, manifestou na terça-feira, em Gaberone, a sua satisfação com o facto de Moçambique e Botswana estarem a deixar marcos no seu relacionamento.

Falando na terça-feira em conferencia de imprensa, na capital do Botswana, que marcou o final da sua visita oficial de cerca de 24 horas a este pais, Guebuza reconheceu que a visita foi curta mas que tem um grande significado por ter sido orientada no sentido de deixar marcos.

“Nos estamos aqui para no quadro das boas relações que existem para com o Botswana estreitarmos ainda mais esses laços. Apesar de a visita ter sido curta, ela foi orientada no sentido de deixar marcos no relacionamento entre os dois paises”, declarou Guebuza, momentos antes de deixar Gaberone de regresso ao país.

O estadista moçambicano, que chegou a Gaberone na tarde da ultima segunda-feira, foi quem presidiu, a pedido das autoridades do Botswana, a inauguração oficial do Hospital Psiquiátrico ‘Sbrana’, na vila municipal de Lobatse, cerca de 85 quilómetros a Sul de Gaberone, uma unidade com dimensão regional e que trata e reabilita doentes mentais, para alem de formar profissionais da medicina psiquiátrica. Na conferencia de imprensa, Guebuza não excluiu a possibilidade do majestoso hospital “Sbrana” formar quadros moçambicanos.

“Este hospital vai formar dentro de dois anos. O Ministério da Saúde (MISAU) entrará em contacto com as autoridades locais e dai veremos ate que ponto os nossos quadros poderão ser aqui formados”, afirmou Guebuza, que, na companhia do seu homologo Seretse Khama Ian Khama, descerrou a placa alusiva a inauguração das obras de ampliação do hospital em questão, cujo investimento não foi revelado. O hospital foi primeiramente construído em 1938, mas com uma capacidade bastante reduzida, tendo sido posteriormente ampliado para uma capacidade de 180 camas, para agora o numero subir para 300, para alem de já possuir a componente de formação.

Momentos depois de ter discursado formalmente perante varias centenas de pessoas, entre convidados de alto nível e da própria população local, descerrado a placa e percorrido as instalações do hospital que cobre mais do que um campo de futebol, Guebuza rumou para o local onde vai ser erguido o Museu Samora Machel, também em Lobatse.

Falando sobre este outro marco das relações entre os dois países, Guebuza disse ser da responsabilidade do Governo moçambicano, que conta com o apoio do Governo e povo do Botswana, fazer com que este projecto avance. Segundo o estadista mocambicano, quadros do ARPAC (ligado ao Patrimonio Cultural) deslocar-se-ão ao Botswana para estudarem o assunto e submeterem a respectiva proposta concreta ao Governo. “É nossa responsabilidade fazer com que o museu avance. Enviaremo aqui quadros do ARPAC para fazerem o respectivo estudo e submeterem uma proposta concreta ao nosso Governo.

Dai entraremos em contacto com o Governo local para avançarmos”, afirmou Guebuza, que nesta sua deslocação se fez acompanhar pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi. A casa onde será erguido o Museu foi adquirida pelo Governo moçambicano a família que acolheu, em Abril e Maio de 1963, Samora Machel e um seu companheiro de luta, Matias Mboa.

“A casa pertence a uma família com poucos recursos, dai que foi adquirida pelo Governo”, disse Guebuza, a imprensa, sem avançar detalhes. Num outro desenvolvimento, discursando na cerimonia oficial da inauguração, Guebuza disse que muitos outros moçambicanos sentiram a forma calorosa como Botswana lhes acolheu na sua caminhada rumo a Tanzânia, onde se juntaram a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

De acordo com Guebuza, estando na segunda-feira neste pais, veio lhe a memoria o mês de Maio de 1965 quando ele, num grupo de 18 moçambicanos, entrou no Botswana, também a caminho da Tanzânia. Nesse grupo estava a heroína Josina Machel que mais tarde declinou uma bolsa de estudos na Suíça, preferindo avançar para a luta armada de libertação de Moçambique. Por outro lado, Guebuza disse que os 35 anos de independência celebrados a 25 de Junho ultimo são resultado de uma luta cujo povo do Botswana contribuiu imensamente e que, por isso, deve se orgulhar.

Guebuza não deixou de louvar ainda o facto de Botswana ter sido um dos primeiros países africanos a apoiar, em 1986, a reconstrução do corredor do Limpopo, por forma a renovar a respectiva linha férrea que liga o Porto de Maputo e o Zimbabwe e outros países do ‘interland’. A linha do Limpopo era a grande estratégia da SADC para reduzir a dependência dos países da região em relação ao antigo regime racista da África do Sul, no tocante ao comercio internacional. Guebuza e Ian Khama adiaram a visita as minas de Diamantes de “Jwaleng”, há cerca de 165 quilómetros a Oeste de Gaberone, que tinha sido inicialmente agendada.

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