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Refugiados estão a ser induzidos ao suicídio em ilha do Pacífico, diz Amnistia Internacional

Muitos dos 410 postulantes a asilo detidos em uma minúscula ilha do Oceano Pacífico estão sendo induzidos a tentar o suicídio para escapar das condições de uma detenção indefinida a mando da Austrália que se assemelham às de uma prisão, disse o grupo de direitos humanos Amnistia Internacional nesta segunda-feira.

Conforme a rígida política imigratória australiana, os postulantes a asilo interceptados tentando chegar ao país de barco são enviados para processamento a um campo em Nauru ou à Ilha Manus, em Papua Nova Guiné, e não podem se candidatar a reassentamento na Austrália.

“Encontrei crianças de apenas nove anos que já haviam tentado se matar e que falavam abertamente sobre pôr fim à vida”, disse Anna Keistat, da Amnistia e uma de vários observadores internacionais a visitar Nauru.

“Os seus pais falavam em esconder tudo, objectos afiados, pílulas, e não permitir que saíssem de casa por estarem muito temerosos de que seus filhos pusessem fim à vida”, contou Keistat, que passou seis dias em Nauru em Agosto.

A Amnistia disse que 58 detidos, ou cerca de 15 por cento do total em Nauru, com quem conversou para seu relatório tentaram suicídio ou pensaram em se ferir.

O porta-voz do ministro da Imigração da Austrália não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre o relatório.

Muitos dos 410 homens, mulheres e crianças que as cifras australianas mostravam estar detidos em Nauru até 31 de Agosto foram confirmados como refugiados e estão no local há vários anos. Apesar da condição de refugiados, eles continuam a ficar confinados em acomodações precárias com pouco acesso a cuidados médicos, relatou a Amnistia, acrescentando que as crianças, que representam pouco mais de um décimo dos detidos, sofrem de maneira desproporcional.

A Amnistia uniu-se a um coro de entidades de direitos humanos críticas à política imigratória australiana, e seu alerta vem à tona poucas semanas depois de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter dito que Nauru está falhando na protecção às crianças.

O repúdio internacional à Austrália foi atiçado depois que mais de dois mil incidentes, incluindo abuso sexual, agressão e tentativas de danos auto infligidos, foram relatados em cerca de dois anos em um centro de detenção australiano de Nauru, mais da metade deles envolvendo crianças, de acordo com notícia do jornal britânico Guardian.

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