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Reformistas iranianos fazem campanha na internet

Os reformistas iranianos, que se queixam de ter pouco acesso aos meios de comunicação controlados pelo Estado, recorrem à internet para mobilizar seus partidários antes da eleição presidencial de 12 de junho. “Se vocês não querem participar da eleição, pensem simplesmente no dia seguinte, quando ouvirão o anúncio da reeleição de Ahmadinejad”, afirma um um e-mail que começou a circular há alguns dias.

O presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad, candidato a um novo mandato de quatro anos, lançou um blog depois de sua eleição, em 2005. “Antes, de um total de 100 blogs, somente dois ou três falavam de política. Hoje, dos 100 que acesso com frequência, cerca de 50 falam de política e da eleição”, disse à AFP Ruzbeh Shahrestani, um dos blogueiros mais conhecidos do Irã (360drafts.blogspot.com).

“Alguns apoiam (Mir Hossein) Mussavi”, o candidato conservador moderado, “mas a maioria se limita a insistir na necessidade de participar da eleição”, acrescentou. O Irã tinha 23 milhões de internautas em 2008, de uma população total de 71 milhões, segundo dados da União Internacional das Telecomunicações, que não mencionam o número exato de blogs.

Como sinal da crescente importância da internet, “filtrada” pelas autoridades, o poder não duvidou em bloquear durante três dias o acesso ao site Facebook, onde proliferaram recentemente as páginas de apoio a Mussavi. Este ex-primeiro-ministro é considerado o maior adversário de Ahmadinejad na eleição.

Durante os três dias em que o Facebook foi bloqueado, o número de “amigos” de Mussavi passou de 5.200 a mais de 7.200. Os sites Yari (ajuda) e Moj Sevom (terceira onda), criados inicialmente para apoiar a candidatura do ex-presidente reformista Mohammed Khatami, levaram o apoio a Mussavi depois da desistência de seu candidato. “Na internet, Mussavi tem quatro a cinco vezes mais partidários que Ahmadinejad, o que não corresponde necessariamente à realidade da sociedade”, comentou Shahrestani.

A real influência da internet é difícil de avaliar, ainda mais porque nenhuma pesquisa de opinião foi feita sobre o assunto. “Não se esqueçam. Para vencer, precisamos de 30 a 35 milhões de eleitores, ou seja, uma participação de 70% já no primeiro turno”, escreveu Said Sadeghzadeh em uma das páginas Facebook de Mussavi.

Os internautas também colocaram na rede a carta do famoso diretor de cinema iraniano Mohsen Makhmalbaf, que defende a candidatura de Mussavi. Ahmadinejad não fica atrás na internet. Uma de suas páginas no Facebook tem quase 8.000 “amigos”, muitos deles estrangeiros. Além disso, o nome do site do jornal internet Rouz Online (www.roozonline.com), ligado aos reformistas e que teve seu acesso bloqueado, foi recuperado por partidários de Ahmadinejad para um site aberto batizado Online Rouz (www.roozonline.ir).

No entanto, o presidente tem muitos detratores na internet. A página do Facebook intitulada “Posso reunir 1.000.000 de pessoas que não gostam de Ahmadinejad” tinha 43.457 adeões na terça-feira. Os dois outros candidatos não têm presença forte na internet.

O reformista Mehdi Karrubi, ex-presidente do Parlamento, tem seu próprio site (www.campaign88.ir) e uma página no Facebook com cerca de 900 “amigos”. O conservador Mohsen Rezai também tem seu site (www.rezaee.ir), mas ele não é muito ativo.

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