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Referendo norte-sul no Sudão é ‘bomba relógio’

Os Estados Unidos dizem que deve haver uma acção internacional urgente sobre o futuro imediato do Sudão, onde um referendo em Janeiro pode resultar na divisão do país em dois – com os habitantes do sul, rico em petróleo, a votarem pela independência. O presidente Obama vai comparecer no próximo dia 24 a um encontro especial das Nações Unidas sobre o Sudão.

Falando em Washington, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o Sudão era “uma bomba-relógio” e apelou a líderes sudaneses e internacionais para que fizessem mais para que o país se preparasse para uma “uma secessão inevitável”. O referendo está contemplado no acordo de paz de 2005 que pôs termo a duas décadas de violência entre o norte e o sul.

Clinton observou que não era provável que o norte estivesse receptivo à perspectiva de perder a sua cota das receitas do petróleo do sul mas salientou que os seus líderes devem fazer “algumas concessões ao norte a menos que queiram mais anos de guerra”. O recenseamento para o referendo ainda não começou e a questão de quem exactamente vai poder votar ainda não está resolvida.

Interferências

Entretanto notícias do sul do Sudão indicam que uma intensificação das actividades do grupo rebelde Exército de Libertação do Senhor está a interferir nos preparativos para o referendo. Participantes numa conferência ecuménica em Yambio, no sudoeste do Sudão, ouviram relatos de que, desde Maio, mais de mil pessoas foram mortas e centenas raptadas por membros do grupo rebelde que entraram no sul a partir da vizinha República Democrática do Congo.

O presidente da conferência, o bispo católico de Yambio, Eduardo Hiiboro Kussala, disse que 120 mil pessoas fugiram de suas casas, tornando difícil a tarefa de as informar sobre o referendo. Autoridades no sul do Sudão acusaram o Governo de Cartum de patrocinar o Exército de Libertação do Senhor para desestabilizar a região antes do referendo – uma acusação que Cartum nega.

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