Moçambique continua a despertar interesse dos homens de negócios no mundo, devido ao seu potencial em recursos minerais e hidrocarbonetos. Durante o Fórum de Negócios da Commonwealth, cujos trabalhos terminaram Quinta-feira ultima em Perth, Austrália, vários países e companhias manifestaram o interesse de investir em Moçambique, particularmente nestas áreas.
Segundo o Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Rogério Manuel, a delegação moçambicana foi contactada por vários homens de negócios procurando informações sobre os procedimentos necessários para a sua entrada no mercado moçambicano.
“Durante este Fórum, pudemos constatar o interesse de vários países e companhias de grande dimensão em investir em Moçambique. Vimos muitas oportunidades de negócios”, disse o Presidente da CTA, falando a jornalistas moçambicanos no final do Fórum.
Moçambique esteve em destaque no Fórum de Negócios da Commonwealth, pois, o Presidente Armando Guebuza foi um dos Chefes de Estado e de Governo que discursou num painel alusivo ao evento. O Chefe de Estado moçambicano viria também a discursar numa mesa Redonda sob o tema: Extracção Mineira Moçambique – Austrália”. Estas sessões serviram para promover a imagem de Moçambique e expor as oportunidades de negócios existentes no país em diversos domínios, com enfoque para a exploração mineira e de hidrocarbonetos.
Neste âmbito, Rogério Manuel disse que a CTA tem um papel preponderante, pois, para alem de ajudar o governo a promover a imagem do país, tem a missão de ajudar os empresários nacionais a saberem tirar dividendos com a entrada de mega – projectos em Moçambique.
“Estes encontros têm acontecido sempre e dão mais-valia aos países. A nossa vinda foi para ajudar o governo a promover o nosso país, porque queremos que grandes negócios aconteçam em Moçambique. Como CTA temos um papel importante em ver, mais ou menos, por onde é que vai entrar o negócio ou por onde há-de ir o negócio, no sentido de mobilizarmos as pequenas e médias empresas nacionais a tomar partido destes negócios”, disse.
Argumentando o seu ponto de vista, Manuel manifestou o seu desapontamento em relação ao que aconteceu na implantação de mega – projectos como a MOZAL e, agora, a empresa carbonífera Vale, em que, segundo ele, as empresa nacionais nao estavam preparadas para fornecer serviços. “Nos estamos decididos a organizar as pequenas e médias empresas para que estas possam, da melhor forma, receber quaisquer mega – projectos ou negócios que entram no país”, realçou.
Comentando sobre os receios de que a entrada de pequenas e médias empresas estrangeiras no país podem sufocar o pequeno empresariado nacional, o Presidente da CTA disse ser da opinião contrária, porque, no seu ponto de vista, isto vai contribuir para que haja competitividade e, deste modo, ajudará os agentes económicos moçambicanos a crescer. “Não podemos fechar a entrada de pequenas e médias empresas em Moçambique, mas temos que defender o que nós temos. Esta não é altura de fecharmos a entrada de empresas que venham fornecer serviços, porque sabemos de antemão que não estamos preparados para responder cabalmente a procura desses mesmos serviços”, disse ele, vincando que se trata apenas de um ponto de vista pessoal.
A CTA é uma organização económica não governamental que se apresenta como uma plataforma de diálogo entre o Governo e o Sector Privado, trabalhando em prol de um melhor ambiente de negócios em Moçambique, promovendo e protegendo as oportunidades de negócios através da reforma de políticas económicas e reguladoras.