Duas décadas após libertar-se da Iugoslávia, a Croácia tornou-se no 28º membro da União Europeia à meia-noite deste domingo (30), tendo um pano de fundo de mazelas económicas na república adriática e no bloco ao qual se une.
O país de 4,4 milhões de pessoas será somente o segundo de sete Estados extraídos da ex-Iugoslávia a entrar na UE, na esteira da Eslovênia em 2004. O fato representa um marco na recuperação croata da guerra de 1991-95, que garantiu a independência e na qual cerca de 20 mil pessoas morreram. Desde então, a costa adriática do país se tornou um íman para aproximados 10 milhões de turistas por ano, mas uma recessão aguda atualmente no seu quinto ano tirou algo do brilho da comemoração deste domingo.
“Tendemos a superestimar esta conquista”, disse Kolinda Grabar Kitarovic, ex-ministra das Relações Exteriores, à TV croata Nova. “Não vamos esquecer que, ao contrário de muitos outros países, tivemos que lutar por nossa própria sobrevivência e pelo reconhecimento internacional somente vinte anos atrás”.
O ingresso da Croácia marca a primeira expansão da UE rumo ao leste desde 2007, quando Roménia e Bulgária entraram, e à grande expansão de 2004, quando dez novos membros foram incorporados. Desde então, a crise económica global pôs freios na solidariedade da UE, minando o apoio popular pela união e alimentando dúvidas sobre o acerto de uma nova inclusão de Estados problemáticos dos Bálcãs.
Em Zagreb, era rigorosa a segurança para a chegada de cerca de 170 autoridades estrangeiras, incluindo 15 chefes de Estado, 13 primeiros-ministros e os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, José Manuel Durão Barroso e Herman Van Rompuy. As ex-repúblicas iugoslavas Sérvia, Bósnia, Macedónia, Montenegro e Kosovo ainda estão a anos de distância de um ingresso na União Europeia.