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Livro de Reclamação: irregularidades no Premier Superspar

Saudação Jornal @Verdade. Somos trabalhadores do Premier Superspar, sito na Avenida Acordos de Lusaka, na cidade de Maputo. Gostaríamos, através do vosso meio de comunicação, de expor a nossa inquietação em relação às irregularidades que ocorrem na empresa. O que nos aflige, mais uma vez, é o tratamento desumano perpetrado por alguns supervisores.

Falámos disso na carta anterior e a situação agravou-se. Depois da denúncia que fizemos, as ameaças subiram de tom e fomos obrigados a assinar um abaixo-assinado. Tememos pelo nosso emprego e sabemos que, doravante, a relação laboral ficará mais turva. No entanto, não nos podemos calar. Já endereçámos uma carta ao Ministério do Trabalho e até aqui não se vislumbra solução alguma.

Uma colega foi obrigada a pedir a demissão depois de enviarmos a reclamação para o vosso órgão de informação. Nós, trabalhadores do Premier Superspar, não reconhecemos a carta que fomos obrigados a assinar para denunciar o Jornal @ Verdade. Com a presente reclamação enviámos uma carta em anexo com as nossas respectivas assinaturas e cópias de BI para desmentir a manobra da direcção.

Aliás, antes de assinarmos a carta, por obrigação do direcção da empresa, advertimos o Jornal @Verdade sobre o que viria a acontecer mais tarde.

Resposta

O Jornal @Verdade contactou a Premier Superspar, através do presidente do Conselho de Administração (PCA), Hussein Ahmad, que negou todas as acusações feitas pelos trabalhadores alegando que as mesmas não fazem sentido, uma vez que os funcionários e colaboradores “são tratados como familiares”.

Quanto ao tratamento baseado na cor da pelo ou origem a fonte alegou não fazer sentido porque a empresa é “100 porcento de proprietários moçambicanos”, daí que não há razões para “maltratar compatriotas”. Contudo, admitiu que existe “um punhado de gente de mentalidade curta que não tem visão sobre as coisas e nem cultura de trabalho”.

Gente essa, que no entender de Hussein Ahmad, julga que está a ser maltratada. “Nem mesmo Jesus Cristo, quando esteve na terra, não conseguiu agradar a todos. Nós damos o melhor para vivermos como uma grande família, mas alguns não compreendem”, enfatizou.

“Quando começámos, há sensivelmente 10 anos, tínhamos apenas 35 trabalhadores, mas agora contamos com mais de 700 e pensamos expandir o negócio para o resto do país. Não há razões para maltratarmos os trabalhadores, o que fazemos é dar mais emprego aos moçambicanos”, disse.

Quanto à secretaria demitida, Hussein Ahmad disse que ela saiu da empresa por motivos pessoais, mas nunca houve desentendimento entre as partes. Aliás, a mesma era “tratada como filha e na carta da sua demissão agradeceu a forma como sempre foi tratada”.

Para confirmar que há harmonia na empresa, Hussein apresentou uma lista nominal na qual todos os funcionários contestam a reclamação endereçada ao nosso jornal e afirmou que “ninguém foi forçado a assinar”.

Por conseguinte, trouxe alguns funcionários que falaram com o @Verdade sobre o quão contentes estão por trabalharem naquela empresa. Neusa e Inoque Baltazar, com um e nove anos de trabalho, respectivamente, disseram que nunca sofreram maus-tratos e foi por esse motivo que assinaram contra a reclamação publicada no Jornal @Verdade.

A insistência do Jornal @Verdade para ficar com uma cópia do abaixo-assinado e da carta de pedido de rescisão de contrato por parte da funcionária redundou em fracasso. Disseram-nos, apenas, que na presença do advogado da empresa teríamos tal documento.

Até ao fecho da nossa edição o mesmo não nos foi disponibilizado. @Verdade vai seguir o caso até ao fim e promete, aos trabalhadores do Premier Superspar, inteirar-se da denúncia feita junto ao Ministério do Trabalho…

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