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Rebeldes sírios anunciam o fim do compromisso com plano de Annan

Os rebeldes sírios não estão mais comprometidos com o plano de paz apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que não conseguiu pôr fim à violência e lançaram ataques a forças do governo para “defender o nosso povo”, disse um porta-voz, Segunda-feira.

“Decidimos encerrar o nosso compromisso com o plano e, a partir dessa data, começamos a defender o nosso povo”, disse à Reuters o major Sami al-Kurdi, porta-voz para o conselho militar rebelde, referindo-se ao prazo estabelecido para o presidente Bashar al-Assad acabar com a violência ou enfrentar as consequências.

Kurdi também disse que os rebeldes querem que a missão de observação da ONU no país seja transformada numa “missão de aplicação da paz” ou que a comunidade internacional tome decisões “corajosas” e imponha uma zona de exclusão aérea e uma zona de protecção para ajudar a derrubar Assad.

A insurreição de 15 meses contra o governo de Assad, há 11 anos no poder, começou com protestos pacíficos, mas a Síria aproxima-se a uma guerra civil, enquanto os rebeldes lutam contra a repressão violenta do governo.

A ONU enviou cerca de 300 militares desarmados à Síria para que observassem a implementação de um plano de paz proposto pelo enviado internacional Kofi Annan, com o objectivo de pôr fim à violência.

Depois de uma pausa inicial nos confrontos em 12 de abril, porém, o cessar-fogo não se manteve. Kurdi afirmou que pelo menos 2 mil pessoas foram mortas na Síria depois de o cessar-fogo ter supostamente entrado em vigor.

O massacre do dia 25 de Maio de pelo menos 108 pessoas, quase metade delas crianças, na região de Houla, na província de Homs, provavelmente foi o golpe fatal ao cessar-fogo.

Annan pediu várias vezes que o governo e os rebeldes baixassem as suas armas e trabalhassem com os observadores desarmados para consolidar o cessar-fogo.

“Retomamos os nossos ataques, mas estamos a fazer ataques defensivos, o que significa que atacamos apenas postos de vigilância nas cidades e não desferimos ataques em campos ou postos maiores”, disse Kurdi à Reuters de dentro da Síria.

“O que aconteceu no fim-de-semana é parte de nosso plano do que dissemos que faríamos para proteger os civis.”

O general Mustafa al-Sheikh, ex-comandante do Exército que agora lidera o conselho militar rebelde, disse à Reuters por telefone da Turquia que o plano de Annan é “natimorto”.

Ele pediu pela formação de uma coligação militar internacional para lançar ataques aos postos do Exército leais a Assad, similares aos ataques aéreos da NATO na Líbia, que permitiu que as forças rebeldes em terra colocassem um fim ao governo de Muammar Khadafi.

“A demora da comunidade internacional em tomar uma decisão firme para formar uma coligação militar fora do Conselho de Segurança para resolver o conflito levará a região a uma espiral de violência e a mortes sectárias”, afirmou ele.

O secretário-geral da ONU, Ban-Ki-moon, entretanto, disse, Segunda-feira, que o plano de paz de Annan permanecia central para a resolução do conflito na Síria.

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