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Rebeldes das FDLR intimados à rendição imediata sob pena de ação militar

Os líderes da Região dos Grandes Lagos deram aos ex-rebeldes das Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda (FDLR) um ultimato para a sua rendição incondicional, até dezembro próximo, sob pena de enfrentarem uma acção militar regional.

Reunidos na capital angolana, Luanda, em mais uma minicimeira da sua Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), os líderes regionais manifestaram a sua insatisfação pelos resultados obtidos na implementação das suas decisões anteriores sobre a situação de segurança na região.

Segundo o comunicado final do encontro, convocado pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, na sua qualidade de presidente em exercício da CIRGL, a reunião decidiu, por isso, fazer um novo encontro em outubro próximo para avaliar o processo de rendição e programar ações militares contra a FDLR em caso de falta de progressos.

Esta avaliação será feita no quadro de uma cimeira conjunta com a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) por forma a definir prioridades e harmonizar estratégias, explica o documento lido pelo secretário executivo da CIRGL, Ntumba Luaba.

Mas o Ruanda exprimiu reservas sobre a aceitação do princípio da rendição voluntária das FDLR como condição para lançar operações militares visando erradicar estas forças negativas. Sobre o repatriamento dos membros dos ex-rebeldes do M23 do Uganda e do Ruanda, decidido em Nairobi (Quénia), a reunião de Luanda convidou a República Democrática do Congo (RDC), onde operam as FDLR, a apresentar um roteiro até outubro deste ano, tendo em atenção o alto custo financeiro envolvido.

O encontro exortou igualmente a RDC e a comunidade internacional a acelerarem a implementação das decisões dos líderes da CIRGL sobre a erradicação das “forças negativas”, considerando que as suas atividades são “altamente sustentadas pelo comércio ilícito dos recursos naturais”.

A este propósito, orientou os serviços regionais de Inteligência a identificarem os líderes dessas forças negativas e seus associados para serem sancionados ou colocados na lista negra e eventualmente detidos.

Um relatório sobre o progresso desta missão deverá ser apresentado à próxima reunião do Comité dos Chefes dos Serviços de Inteligência e de Segurança da CIRGL, região ingrada por 12 países (Angola, Burundi, República Centroafricana (RCA), Congo, RDC, Quénia, Uganda, Rwanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia), conclui a Declaração de Luanda.

Esta foi a segunda reunião do género organizada este ano na capital angolana, depois da primeira realizada em março passado, e visou passar em revista a evolução da situação de segurança na região, particularmente na RDC e na República Centroafricana (RCA).

Estiveram presentes no encontro presidido pelo chefe de Estado angolano os seus homólogos da RDC, Joseph Kabila; do Uganda, Yoweri Museveni, e da África do Sul, Jacob Zuma, este último na qualidade de convidado. O Congo, o Ruanda e a Tanzânia fizeram-se representar, respectivamente, pelos ministros dos Transportes, Aviação Civil e Marinha, Rudolphe Adada; dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Louise Mushikiwabo; e da Defesa e Segurança Nacional, Hussein Ali Mwinyi.

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