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RAS – Xenofobia: Moçambique sem nenhum registo oficial

O Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, disse, última Quinta-feira, em Maputo, que o país ainda não registou oficialmente o regresso de cidadãos nacionais vindos da África do Sul devido à uma possível nova onda de xenofobia. “Existe uma forte ameaça de xenofobia na África do Sul e, por uma questão de precaução, as pessoas estão a movimentarse das zonas tidas como perigosas para as mais seguras. No que respeita a Moçambique, informações que nos chegam da África do Sul são de que ainda não houve actos significativos de xenofobia” disse Oldemiro Baloi.

Apesar de garantir que oficialmente ainda não há registo de regresso de imigrantes moçambicanos daquele país vizinho, há informações de que muitos cidadãos nacionais estão a abandonar a “terra do rand” e a regressar ao país. A Rádio Moçambique, a emissora pública nacional, reporta, por exemplo, que uma média de 50 imigrantes moçambicanos na África do Sul chega por dia, ao posto administrativo de Muxúngue, distrito de Chibabava, província central de Sofala, receando uma possível eclosão da violência xenófoba naquele país vizinho.

Os regressados afirmam ter tomado a iniciativa de deixar aquele país numa atitude preventiva, receando poderem vir a estar envolvidos no que classificam de “banho de sangue”, muito à semelhança do que aconteceu em 2008. As autoridades em Muxúngue estão a tomar medidas para garantir a segurança e bem-estar dos “regressados”. A Chefe do Posto Administrativo de Muxúngue, Páscoa Mambara, garantiu ter sido reforçada a segurança na região para evitar que os regressados sejam assaltados. Em 2008, 18 moçambicanos morreram e cerca de 40 mil regressaram ao país na sequência da violência xenófoba na vizinha África do Sul.

Informações daquele país indicam que alguns sul-africanos haviam alertado aos estrangeiros para se retirarem depois do Mundial de Futebol, terminado Domingo último naquele território. Em Junho último, o Governo sulafricano decidiu criar um comité de alto nível, constituído por oito ministros, com a missão de prevenir a eclosão de novos ataques xenófobos após o Mundial de Futebol.

Tal comissão, chefiada pelo Ministro da Polícia, Nathi Mthethwa, integra ainda os ministros do Interior, Nkosazana Dlamini- Zuma; do Desenvolvimento Social, Edna Molewa; da Segurança do Estado, Siyabonga Cwele; da Educação Básica, Angie Motshekga; da Governação Cooperativa, Sicelo Shiceka; das Artes e Cultura, Lulu Xingwana e das Relações Internacionais, Maite Nkoana-Mashabane.

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