Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Rajoelina impede regresso dos seus adversários políticos

Os três lideres malgaxes que esta terça-feira terminaram as conversações sobre a distribuição de pastas ministeriais do Governo de Transição daquela ilha do Indico foram na quarta-feira impedidos de regressar ao seu país pelo Presidente Andry Rajoelina, que ascendeu ao poder em Março passado através de um golpe de estado.

Segundo a Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional, esse impedimento resulta da proibição, pelo Presidente do Conselho Superior da Autoridade de Madagáscar, Andry Rajoelina, de saída de um avião daquele país para buscar esse grupo em Maputo. Rajoelina nega também a saída de um avião transportando os seus rivais políticos de Maputo para o seu país.

“Não voltamos porque o Presidente do Madagáscar proibiu a saída de um avião de lá para Maputo e também impede a saída de um avião de Maputo para Madagáscar. Pedimos a intervenção do Governo de Moçambique para ultrapassar essa situação”, disse Albert Zafy, um dos três líderes políticos que estiveram envolvidos nas negociações de Maputo. Desde Sexta-feira passada, Zafy esteve reunido em Maputo com os outros dois seus adversários políticos, designadamente Marc Ravalomanana e Didier Ratsiraka, para discutir a distribuição de pastas ministeriais do novo Governo de Transição, em seguimento dos acordos das reuniões anteriores de Maputo e Adis Abeba.

Esta reunião de cinco dias de Maputo foi acompanhada pela equipa de mediação deste impasse liderada pelo antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano. Entretanto, a ausência de Andry Rajoelina, um antigo “Disc Jockey” que ascendeu ao poder através de um golpe de estado perpetrado em Março passado, sempre alimentou suspeitas sobre a possibilidade da implementação do acordo saído dos cinco dias de negociações. Rajoelina rejeitou o convite formulado por Chissano alegando ser desperdício de dinheiro viajar para Maputo apenas para discutir a distribuição de algumas pastas ministeriais.

Na ausência de Rajoelina, Ravalomanana, Zafy e Ratsiraka aceitaram a configuração do Governo de Transição e prometeram continuar os esforços conducentes às eleições do próximo ano e ao restabelecimento do estado de direito. Por outro lado, eles comprometeram-se a continuar com o estatuído no Acordo de Maputo e na Acta adicional de Addis Abeba, assim como na redistribuição dos ministérios que irão compor o Governo de Transição.

A resolução assinada esta Terçafeira estabelece a indicação de seis ministérios para cada um dos três movimentos presentes em Maputo e oito pelouros para o movimento de Andry Rajoelina, com destaque para a Defesa, Justiça, Economia e Indústria. Na resolução assinada em Maputo, os três movimentos presentes nas negociações acordaram pôr em prática imediatamente todas as instituições de transição, com a excepção da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) e o Tribunal Supremo de Transição.

Aparentemente, Rajoelina não gostou dessa decisão, tendo por isso decidido não permitir o regresso dos seus adversários para Antananarivo. Contactado pela RM, Joaquim Chissano, que já se encontra em Londres, admitiu já estar a par desse problema. Por outro lado, ele disse que a Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) já está a levar a cabo negociações com vista a solucionar esse problema. Igualmente, Chissano manifestou o seu optimismo em o “Presidente Rajoelina” reconsiderar a sua decisão e permitir o regresso dos seus adversários políticos ao Madagáscar.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!