O sistema bancário moçambicano resistiu, em 2011, aos choques adversos resultantes da crise da dívida soberana da Zona Euro até ao ponto de o seu rácio de solvabilidade ter crescido em 2,7%, para 17,1%, contra 14,4% de 2010.
O Banco de Moçambique (BM) indica no seu relatório anual de 2011 que os indicadores de estabilidade e solidez do sistema financeiro moçambicano mantiveram-se “satisfatórios”, no período em análise, ainda que o rácio do crédito malparado tenha superado a cifra atingida em Dezembro de 2010, fixando-se em 2,6%.
Destaca o banco central moçambicano que o nível de solvabilidade de 2011 esteve acima do recomendado pelo Comité de Basileia (organização que congrega autoridades de supervisão bancária do mundo), que é de 8%, “o que quer dizer que o nosso sistema é, de facto, robusto”, enfatiza o BM.
Em 2011, o país registou um crescimento do seu sistema financeiro, ao ter passado de cinco bancos, em 1997, para 18 bancos em 2011, representando uma rede bancária de 45%.
África Austral
Apesar desta robustez, o sistema financeiro doméstico ainda tem desafios por superar a nível do financiamento bancário à economia e também em comparação com o que se passa com os restantes sistemas da região da África Austral, pois o moçambicano está abaixo da média da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que é de 68%.
A evolução do sistema financeiro foi, no entanto, acompanhada pelo incremento do financiamento bancário que passou de 17,3%, em 2000, para 29,1%, em 2010, estando, mesmo assim, ainda abaixo das médias dos países da SADC e da África Subsahariana, que se situam nos 45,8% e 89,5%, respectivamente.
Moçambique apenas supera a região da SADC no que respeita ao seu nível de estabilidade macro-económica que é superior em 0,23 ponto percentual.