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Camponeses de Chicumbane “zangados” com Governo de Gaza

Alguns camponeses do posto administrativo de Chicumbane, distrito de Xai-Xai, em Gaza, estão “zangados” com o Governo provincial local que é acusado de ter expropriado as suas áreas de cultivo a favor de investidores chineses que se instalaram naquela região do Sul do país.

Segundo Anastácio Matavel, director executivo do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Gaza, os camponeses ficaram sem os cerca de 22% da área total de 90 mil hectares da região do Baixo Limpopo, atribuídos a investidores chineses.

A área foi concessionada à empresa chinesa Wambo Agriculture, em 2010, “sem a devida consulta prévia às comunidades locais”, segundo ainda Matavel, acrescentando que a ocupação do espaço está a culminar com a degradação de solos e do rio Limpopo devido à prática de queimadas e uso intensivo de produtos químicos por chineses.

Até finais do primeiro semestre de 2012 foram ocupados dois mil hectares por arroz e a previsão da firma é ocupar um total de 20 mil hectares até 2016, de acordo ainda com Matavel, lamentando os métodos de trabalho usados por chineses que poderão tornar a região do Baixo Limpopo “mais pobre nos próximos anos”.

Por outro lado, o número de trabalhadores locais empregues naquela empresa é “insignificante” e contraria convénios da Organização Internacional de Trabalho (OIT) que estabelece que companhias empresariais de grande dimensão “devem envolver as comunidades locais no desenvolvimeto das suas actividades produtivas”.

Matavel falava, esta Quarta-feira (24), em Maputo, durante um seminário sobre responsabilidade corporativa em Moçambique, que conta com a participação de instituições públicas, organizações não governamentais nacionais e estrangeiras e membros da sociedade civil moçambicana.

O evento é promovido pela agremiação ambientalista moçambicana Justiça Ambiental, em parceria com o Centro de Serviços de Cooperação para o Desenvolvimento (KEPA) da Finlândia de apoio a organizações da socidade civil dos países em vias de desenvolvimento. Refira-se, entretanto, que antes dos chineses, o regadio do Baixo Limpopo beneficiava um total de 79.868 camponeses de várias regiões do posto administrativo de Chicumbane.

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