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“Queremos ensinar como se governa um país”, Afonso Dhlakama

O líder do maior partido político da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, reiterou na manhã desta quinta-feira (14), em Nampula, que a Renamo irá governar as províncias de Tete, Manica, Sofala e Zambézia, Nampula e Niassa a partir do mês de Março próximo, no âmbito do que considera reposição da verdade após ter sido roubado votos pela Frelimo nos pleitos eleitorais de 15 de Outubro de 2014, e pretende dar um bom exemplo de como se administra um país. Ele acusa também o Chefe de Estado, Filipe Nyusi, de ser permissivo na delapidação de fundos públicos.

Sem indicar nada de novo no que tem vindo a propalar de lés a lés, o início da governação da “Perdiz”, frisou Dhlakama, consistirá na nomeação dos governadores provinciais, administradores distritais e chefes dos postos administrativos e localidades, em substituição dos actuais governantes e representantes do Estado indigitados pela Frelimo, formação política que segundo o veredicto do Conselho Constitucional (CC) venceu as eleições gerais em 2014.

A formação foi avançada em teleconferência, pelo próprio líder da Renamo, a jornalistas em Nampula, a partir do distrito da Gorongosa, província de Sofala, onde se encontra desde o mês de Outubro último.

“A governação das seis províncias pela Renamo é a partir de Março próximo. Não se trata de propaganda, nós vamos governar nessas províncias onde vencemos”, garantiu o líder da “Perdiz”.

Dhlakama entende que poderá estar a violar a Constituição da República de Moçambique ao pautar pela via que pretende seguir para poder governar as províncias onde o seu partido reclama sua vitória, mas, segundo sublinhou, o Governo da Frelimo não lhe da outra alternativa.

Aliás, para ele, em Moçambique quase que ninguém respeita as leis. Justificando a sua posição, Dhlakama referiu que mesmo o Presidente da República, Filipe Nyusi, está a violar a Constituição ao permitir que o seu Governo abocanhe o erário para fins individuais.

Além disso, a própria Assembleia da República (AR), que é um órgão legislativo e fiscaliza as actividades do Executivo, viola sistematicamente a Lei-Mãe ao chumbar determinadas propostas de lei submetidas pela oposição, mesmo que incluem são necessários para o país.

“Quem não está a violar a Constituição neste país? Nyusi e o seu Governo não estão a violar a Constituição? Roubar a olho nu não é violar a Constituição da República?”, questionou Dhlakama para depois afirmar que o processo de governação previsto para Março é apenas uma transferência de poderes por via pacífica, pelo que a Renamo não pretende guerra.

“Queremos nomear os nossos governadores, administradores e outros representantes para governar. O nosso maior objectivo é satisfazer aos interesses das populações dessas províncias sem descriminação. Não vamos excluir a ninguém, independentemente da sua cor partidária ou uma outra condição. Seremos um governo inclusivo”, disse Dhlakama.

Num outro desenvolvimento, o líder da “Perdiz” referiu que a Renamo quer demonstrar as boas maneiras de como se governar uma nação que se diz ser democrático. “Queremos ensinar como se governa um país. Vamos governar cumprindo com os princípios da democracia”, concluiu.

Questionado se já a Renamo tem a lista dos governadores a que se refere, Dhlakama respondeu que sim e que está tudo aposto para o começo do processo. Sobre os supostos homens armados do seu partido que se entregaram às tropas governamentais, na quarta-feira (13), na Beira, o líder disse que se trata uma manobra da Frelimo.

Até ao momento nenhum homem do seu partido abandonou as fileiras, pelo contrário, nos últimos tempos a “Perdiz” tem recebido muitas tropas vindo das Forças de Defesa de Moçambique, alegadamente porque estão cansados de serem usados pelo regime da Frelimo.

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