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Quénia espera dividendos económicos depois de eleições calmas

O sector turístico queniano pode ser o grande vencedor das eleições de Uhuru Kenyatta, dono de hotéis e de um vasto império empresarial, num momento em que a maior economia da África Oriental procura beneficiar-se de um processo eleitoral que evitou a repetição da violência de cinco anos antes.

O turismo é um sector vital para o Quénia, um país de 40 milhões de habitantes, e essa actividade foi duramente afectada por causa da violência tribal que se seguiu às eleições presidenciais de Dezembro de 2007, afastando investidores e turistas.

Desta vez, a polémica sobre quem poderia ou não votar foi travada por advogados, e não por capangas armados. O Judiciário passou por reformas e teve mais credibilidade do que nunca para lidar com esse caso, num sinal positivo para a confiança dos investidores.

Além de procurar mais visitantes, o Quénia quer também receber investimentos para a exploração de gás e petróleo, para financiar um novo porto na cidade de Lamu, para realizar outras obras de infraestrutura e para reforçar a posição do país como pólo industrial regional.

“Os planos de investimento previamente suspensos no Quénia por causa da incerteza relacionada às eleições tendem agora a ser realizados”, disse a economista Razia Khan, do banco Standard Chartered.

Os investimentos estrangeiros, disse ele, “podem demorar um pouco mais para terem um aumento significativo, mas isso também deveria ser o aumento de uma ascensão em curto prazo”, afirmou.

Velhos problemas que incomodam os empresários, como a corrupção e a burocracia, não foram resolvidos com a decisão judicial de Sábado que confirmou a eleição de Kenyatta contra o seu rival Raila Odinga.

E a presidência de Kenyatta virá com outra carga: ele foi indiciado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional. Esse indiciamento complica as suas relações pessoais com governos ocidentais, embora os diplomatas falem numa abordagem “pragmática” que evite danos às relações comerciais.

“Há ainda a incerteza mais ampla pelo caso do TPI. Se as acusações serão mantidas é algo a se observar de perto”, disse Khan. O presidente eleito, na votação de 4 de Março, já disse que irá cooperar com o TPI para provar a sua inocência.

Alguns empresários acham que Kenyatta, de 51 anos, filho do primeiro presidente do Quénia independente, pode ser uma dádiva para o turismo. A sua família é dona da rede hoteleira Heritage Group, além de ter negócios que abrangem de lacticínios a bancos e escolas.

“Quando Kenyatta era presidente do Conselho de Turismo do Quénia, ele era alguém com quem podíamos conversar”, disse Suresh Sofat, executivo-chefe da importante operadora de viagens local Somak Travel. “Ele entendia o turismo e estava a lutar por todos nós.”

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