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Queda de avião na Colômbia causa a morte de 75 ocupantes, entre as vítimas jogadores de uma equipa de futebol do Brasil

Um avião fretado que levava a equipa de futebol de Chapecoense para o mais importante jogo da história do clube brasileiro caiu na Colômbia, matando pelo menos 75 das 81 pessoas que transportava.

No local da tragédia, em La Unión, perto de Medellín, dezenas de corpos estavam espalhados e cobertos com folhas ao redor dos destroços da aeronave, segundo um fotógrafo da Reuters nesta terça-feira.

Cerca de 30 socorristas e polícias vasculhavam o avião, que levava 81 pessoas quando caiu na noite de segunda-feira. A aeronave, um BAe 146 que realizava um voo fretado, partiu-se em dois, e apenas o bico e as asas estavam reconhecíveis, enquanto a cauda ficou completamente destruída pelo acidente, segundo o fotógrafo.

A equipa de Chapecoense estava a caminho de Medellín para enfrentar o Atlético Nacional na quarta-feira em partida da primeira mão da final da Copa Sul-Americana, a primeira decisão da história do clube do interior de Santa Catarina que de destacou nos últimos anos no futebol nacional pelo boa gestão acompanhada de resultados inesperados para uma equipe de menor porte.

O chefe do departamento de aviação civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, disse nesta terça de manhã que foram confirmadas 75 mortes, com seis sobreviventes feridos. Segundo ele, o número de mortos pode aumentar.

“Era a motivação da cidade, jogavam por amor à camisa e não por dinheiro. Jogavam com garra, só quem mora aqui sabe o que eles fizeram pela equipa. Saíram da Série D e chegaram na final da Sul-Americana. Eram feras demais”, disse à Reuters o estudante Jean Panegalli, de 17 anos, em Chapecó, onde centenas de pessoas se reuniram do lado de fora do estádio da equipa, a Arena Condá, após a tragédia.

O serviço de acompanhamento de voos Flightradar24 disse no Twitter que o último sinal do voo 2933 foi recebido quando o avião estava a 15.500 pés, a cerca de 30 quilómetros do destino, que ficam a 7.000 pés de altitude.

O avião Avro RJ85 foi fabricado por uma empresa que actualmente faz parte da britânica BAE Systems. O voo fretado carregava 72 passageiros e 9 tripulantes quando caiu por volta das 22h15 da segunda-feira. Segundo a mídia brasileira, 21 jornalistas estavam a bordo para cobrir a partida.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que recusou um pedido da empresa aérea boliviana Lamia para transportar a Chapecoense directamente do Brasil para a Colômbia com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países.

“O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada”, disse a Anac em nota oficial. Com a recusa da Anac, o time da Chapecoense voou primeiramente do Brasil para a Bolívia, e de lá saiu em um voo da Lamia com direção a Medellín.

A Chapecoense havia se classificado para o maior jogo de sua história ao derrotar a equipa argentina do San Lorenzo na semifinal na Sul-Americana, no auge de uma história recente em que o clube saiu da Série D para a elite do Campeonato Brasileiro em apenas seis anos.

“É complicada a dor. Eu que estou há muito tempo envolvido na Chapecoense, sei o que passamos até aqui. Agora que chegamos, não vou dizer no auge, mas em destaque nacional, acontece uma tragédia dessa. É muito difícil, uma tragédia muito grande”, disse o vice-presidente da Chapecoense, Ivan Tozzo, em entrevista à TV com os olhos marejados, dentro da Arena Condá, estádio da Chapecoense que era uma das forças do clube.

A equipa construiu o seu sucesso tendo como filosofia a organização administrativa, salários em dia e boa infraestrutura de trabalho.

O acidente fez lembrar uma desastre aéreo de 1958 em Munique que matou 23 pessoas, incluindo oito jogadores do Manchester United e jornalistas.

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