Quatro polícias foram ligeiramente feridos num ataque perpetrado, Domingo (4), com coquetéis molotov contra um Comissariado de Polícia situado no bairro dos jardins, em Benghazi, segunda cidade da Líbia, a nordeste da capital, Tripooli.
Segundo fontes seguras, o ataque causou ainda danos materiais, dos quais três veículos destruídos, enquanto habitações e centros comerciais foram igualmente afectados.
Segundo a Agência Líbia de Notícias, citando um responsável do comissariado, os primeiros elementos do inquérito indicam que o ataque foi perpetrado por dois indivíduos a bordo dum veículo que lançaram coquetéis molotov contra um dos veículos da Polícia antes de fugir.
A maioria dos habitantes do bairro e os proprietários dos centros comerciais deploraram este “acto criminoso” que, segundo ele, visa perturbar a estabilidade da cidade.
Eles acusaram, contudo, o Ministério do Interior por não ter posto à disposição dos Comissariados os meios necessários para a realização da sua missão.
Segundo os observadores, o ataque intervém 48 horas após a manifestação organizada por alguns apoiantes do federalismo em Benghazi que reclamam por uma Constituição que confere à Líbia o seu antigo sistema federal.
A Líbia funcionou com este sistema há mais de 50 anos, tendo o seu Rei destituído, Idriss Al-Senoussi, posto termo a ele nos anos 60 antes de se ter destituído por Muamar Khadafi na sequência dum golpe de Estado.
A cidade de Benghazi, de onde partiu a revolução popular na base da queda de Khadafi, ano passado, vive na insegurança, da qual são vítimas militares, polícias, políticos e operadores económicos, enquanto outros são vítimas de rapto e ataques armados perpetrados contra edifícios públicos.
O mais grave destes ataques foi perpetrado em Setembro passado por indivíduos não identificados, mas supostos pertencer à Al Qaeda, contra o Consulado americano em Benghazi, causando a morte do embaixador dos Estados Unidos na Líbia e de três outros diplomatas americanos.
Este atentado ocorreu um mês após o ataque contra o cortejo do embaixador britânico que, contudo, não fez vítimas.