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Quatro crianças somalis encontradas sem vida em Tete

Quatro crianças oriundas da Somália foram encontradas mortas numa estrada de Tete, no centro de Moçambique, alegadamente abandonadas por um motorista que transportava ilegalmente imigrantes num contentor, denuncia a ONU.

Em declarações aos jornalistas, o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Machiel Salomons, mostrou-se sexta-feira chocado com o caso ocorrido no passado dia 01 de Abril no posto administrativo de Chioco, no distrito de Changara, em Tete. No último mês, o representante do ACNUR efectuou uma visita de trabalho às províncias de Tete e Cabo Delgado (norte), por onde entram milhares de requerentes de asilo em Moçambique.

‘Infelizmente desde o ano passado, o nosso escritório do ACNUR em Moçambique tem verificado que os requerentes de asilo são retornados para outros países. Isso viola não só o direito internacional, mas também as leis nacionais’, disse Machiel Salomons.

O responsável chefiou uma equipa de técnicos do ACNUR que, durante uma semana, esteve nalgumas zonas fronteiriças para avaliar o nível de tratamento das autoridades moçambicanas aos requerentes de asilo no país.

‘Sabemos que o governo está muito preocupado com os movimentos irregulares e também com a imigração ilegal. Também sabemos que Moçambique tem sido usado como país de trânsito pela maior parte das pessoas para chegar à África do Sul, mas isso não impede que o governo de Moçambique cumpra com o Direito Internacional e com as suas obrigações internacionais’, afirmou Machiel Salomons.

Em contacto com a agencia Lusa, o porta-voz da polícia moçambicana na província de Tete, Jaime Bazo, disse que as autoridades moçambicanas ‘estão preocupadas’ com a entrada em massa de imigrantes, maioritariamente da região dos Grandes Lagos.

Desmentiu que as mortes tenham sido de crianças, mas ‘de um grupo de jovens que não vinham bem acomodados’ num camião que transportava imigrantes, cujo paradeiro até ao momento se desconhece. Moçambique alberga cerca de 15 mil pessoas que fugiram de conflitos nos seus países, entre requerentes de asilo e refugiados, alguns dos quais hospedados em Marratane, um dos maiores centros de acolhimento de refugiados da África Austral.

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