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Quadro da Frelimo ameaça entrar em greve de fome

Cipriano Vilhena, de 50 anos de idade, natural de Eráti, provincia de Nampula, casado e pai de quatro filhos menores, membro sénior da Frelimo, partido no poder em Moçambique, actualmente com deficiência visual, doença que afirma ter contraído, em missões do partido, ameaça desencadear uma greve de fome de 10 dias, na companhia de toda a sua família, durante a segunda quinzena do próximo mês de Março .

 

 

Tudo gira à volta do que considera de “estigma, discriminação e total abandono”, por parte dos membros do governo e do partido Frelimo, a todos os níveis.

Antigo responsável da aldeia comunal “Samora Machel” em Mejugo, Vilhena diz ter participado em várias formações, dentre as quais se destacam o Curso Acelerado de Formação de Quadros do Partido Frelimo, de Contablidade e Gestão do Sector Cooperativo e, ainda, de Administradores e Directores Distritais de Apoio e Controlo, entre 1978 e 1985.

Este ciclo de formações permitíram que Cipriano Vilhena ascendesse, por acumulação, aos cargos de director da Escola Especial do Partido Frelimo e de Assistente do Departamento para a Política Económica, em Namapa, sede do distrito de Eráti, local onde veio a contraír, em 1987, uma doença que lhe provocou a cegueira que o impossibilita de desenvolver qualquer tipo de actividade.

O nosso entrevistado conta que, de lá para cá, a sua vida “foi reduzida a nada”, uma vez que, para além de sobreviver de esmola, não beneficia de nenhum apoio, quer moral, material ou mesmo financeiro de quem de direito.

A fonte afirma ter endereçado várias exposições ao Chefe de Estado, Armando Emílio Guebuza, na qualidade de Presidente do Partido Frelimo, mas que não merceram a devida solução até à data.

No passado dia 24 de Janeiro remeteu uma outra petição “ao Camarada Presidente Guebuza”, na qual solicita para que interceda na regularização da sua pensão de reforma e na diligência do tratamento do seu grave problema visual em local apropriado, de acordo com as orientações médicas.

Rogo encarecidamente para que o Camarada Presidente me apoie, accionando todos os mecanismos e todos os recursos ao seu dispor para viver de perto a minha dolorosa situação, ordenando a regularização da minha pensão de reforma, entanto que um elemento acidentado em pleno serviço partidário.

Lê-se na carta a que tivemos acesso. Porém, tratando-se de uma questão cuja solução ultrapassa as capacidades da província, a nossa reportagem não conseguiu obter qualquer reação junto das autoridades locais.

Alguns membros do governo e da Frelimo, contactados a propósito, reconheceram a legitimidade da preocupação, mas declinaram fazer qualquer comentário à volta da mesma.

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