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“Damas de Branco” detidas pela polícia cubana durante passeata

As “Damas de Branco”, um grupo formado por esposas, mães e parentes de presos políticos cubanos, foram detidas esta quarta-feira pela polícia durante uma passeata, em Havana, tendo sido obrigadas a subir, à força, em dois ônibus, constataram correspondentes da AFP.

Em torno de 30 mulheres realizavam uma passeata no bairro de Párraga, no sudoeste de Havana, quando foram confrontadas por, ao menos, 300 partidários do regime cubano e obrigadas pela polícia feminina a subir nos ônibus. As “Damas de Branco” realizam desde segunda-feira uma série de manifestações diárias para lembrar o sétimo aniversário da prisão em massa de seus 75 familiares em 2003.

À frente do grupo estava Reyna Luisa Tamayo, mãe de Orlando Zapata, o preso político que morreu em 23 de fevereiro depois de dois meses e meio de greve de fome, para exigir melhores condições na prisão. “Estamos em uma manifestação pacífica e não vamos entrar em um ônibus do governo que mantém nossos familiares presos há sete anos”, disse Laura Pollán, líder do grupo, pouco antes de ser obrigada a entrar no veículo.

Os partidários do regime cubano repudiaram as mulheres, que iniciaram sua jornada de preces em um templo católico da região e, ao que parece, tentavam visitar o dissidente Orlando Fundora, um dos 75 presos de 2003, libertado por motivos de saúde. “Elas têm que entrar (no ônibus) à força, é o que merecem, isso é uma provocação”, disse Margarita Rodríguez, dona de casa que participou da manifestação pró-governo. “Nos trouxeram diretamente para a casa de Laura Pollán, arrastadas, mas estamos todas aqui e vamos continuar com os protestos, a não ser que sejamos presas”, declarou por telefone à AFP Bertha Soler, depois de afirmar que “o governo está encurralado e, por isso, faz essas coisas”.

O governo cubano acusou as “Damas de Branco” de serem “ponta de lança” da “política subversiva” dos Estados Unidos contra a ilha e de serem financiadas por Washington. Em 21 de abril de 2008, a polícia aplicou medida semelhante para dissolver uma manifestação que as “Damas de Branco” realizavam na Praça da Revolução.

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