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Protestos na Venezuela espalham-se por áreas pobres e deixam mais dois mortos

Venezuelanos em áreas pobres bloquearam ruas e acenderam fogueiras durante protestos que se disseminaram por todo o país na noite de terça-feira, e duas pessoas morreram nos crescentes tumultos crescentes em meio a uma crise económica debilitante.

Emitindo um sinal preocupante para o Presidente de esquerda Nicolás Maduro, grupos das favelas tradicionalmente pró-governo de Caracas e de bairros de baixa renda foram às ruas, relataram testemunhas e parlamentares da oposição.

Os adversários de Maduro sentiram-se encorajados pelas imagens de uma multidão no Estado Bolívar, no sudoeste do país, zombando e atirando objectos contra o líder cuidadosamente protegido durante um evento na terça-feira, antes de a emissora estatal interromper a transmissão.

No Estado de Lara, no oeste, duas pessoas de 14 e 36 anos de idade foram mortas durante os distúrbios de terça-feira, de acordo com o governador oposicionista Henri Falcón, que disse que após um blecaute “infiltrados” e “delinquentes” armados circularam pela cidade.

“Eles passam pelos bairros e atiram nas pessoas que estão protestando”, contou Falcón, ex-membro do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), clamando por uma negociação para pôr fim à crise política da Venezuela.

A oposição diz que Maduro, que tomou posse há quatro anos, se transformou em um ditador depois que o Tribunal Supremo de Justiça decidiu assumir as funções do Congresso de maioria opositora no final de Março.

A corte reverteu rapidamente a parte mais polémica da decisão, mas a medida deu novo fôlego ao fraturado movimento oposicionista. Dois jovens já haviam sido mortos em protestos na semana passada, segundo as autoridades.

Muitas pessoas prevêem mais episódios de violência em um país assolado pelo crime e que tem um dos maiores índices de homicídio do mundo. Testemunhas disseram que moradores de vários bairros da classe trabalhadora de Caracas interditaram ruas com lixo ou destroços em chamas, e descreveram brigas de rua e choques com forças de segurança.

A capital parecia calma na manhã desta quarta-feira, mas algumas ruas estavam chamuscadas e repletas de vidros partidos. As autoridades do governo não deram um relato oficial dos acontecimentos, e o Ministério da Informação não respondeu a um email pedindo comentários.

Os rivais de Maduro exigem que o governo convoque as adiadas eleições estaduais, que pesquisas de opinião apontam que o partido governista não sairia vencedor. Eles também querem uma eleição presidencial antecipada, já que o governo frustrou a tentativa de convocação de um referendo contra o presidente.

No meio ao que a oposição classificou como uma repressão à dissidência, cerca de 71 pessoas foram presas na terça-feira, de acordo com o grupo de direitos humanos Penal Fórum.

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