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Protestos em Hong Kong atingem impasse e as negociações começam na sexta-feira

Os manifestantes pró-democracia de Hong Kong concordaram, esta terça-feira (7), em iniciar conversas formais com o governo da cidade no final desta semana para abordar as preocupações que levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas.

Lideradas por estudantes, as manifestações acalmaram-se desde os embates com a polícia mais de uma semana atrás, e o número de pessoas presentes nos protestos caiu depois dos confrontos violentos no final de semana entre manifestantes e adversários pró-Pequim.

Nesta terça-feira, algumas centenas de manifestantes continuavam acampados nas ruas que conduzem à sede do governo e ao centro financeiro da cidade, ainda bloqueando o tráfego e causando o fecho de algumas escolas.

Os manifestantes exigiram que o chefe-executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, renunciasse e que a China conceda ao povo de Hong Kong o direito de votar no líder da sua escolha nas eleições de 2017.

Pequim quer seleccionar os candidatos para o cargo, e Leung, indicado pela China, ignorou os clamores pela sua demissão. “Confirmamos que faremos a primeira rodada de reuniões na sexta-feira às 16h”, disse Lau Kong-wah, subsecretário de assuntos constitucionais e continentais, depois de uma discussão com os representantes dos estudantes, esta terça-feira.

As conversas terão como foco “a base para o desenvolvimento político e as implementações legais destas reformas políticas”, afirmou ele, referindo-se aos planos relativos à escolha do chefe-executivo, o líder de Hong Kong, em 2017.

O líder estudantil Lester Shum confirmou que os estudantes irão participar das negociações para transmitir a sua mensagem ao alto escalão do governo, mas disse estar “revoltado e decepcionado” pela abrangência limitada esperada nos tratados.

Os protestos irão continuar até que “medidas práticas tenham sido moldadas entre o governo e o povo”, afirmou ele. Quaisquer actos de violência ou tentativas de retirar os estudantes afectariam as conversas, acrescentou.

Nesta semana os manifestantes relaxaram os bloqueios em algumas ruas importantes do centro da cidade, que concentra bancos, shopping centers de luxo e a bolsa de valores.

Prejuízos

Muitos comerciantes de Hong Kong já vinham passando apertos antes da onda mais recente de protestos, revelou uma pesquisa mensal do HSBC e da consultoria Markit Group, esta terça-feira. Os novos negócios diminuíram pelo quinto mês consecutivo em Setembro, e as empresas reduziram os seus quadros de pessoal pelo sexto mês seguido.

Os representantes varejistas alertaram para a necessidade de uma solução rápida para que a ex-colónia britânica não sofra uma queda nas vendas em Outubro, mês importante para o comércio de Hong Kong, pela primeira vez desde 2003.

Uma associação informou que as vendas nas cadeias de lojas caíram entre 30 e 45 por cento entre 1 e 5 de Outubro em certas regiões. As manifestações provocaram uma queda de quase 50 bilhões de dólares no valor das acções na bolsa de Hong Kong, e o Banco Mundial declarou que os protestos estão a prejudicar a economia local, embora o impacto na China seja limitado.

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