Formação de professores
Novecentos jovens desempregados dos bairros suburbanos das cidades de Maputo e da Beira, vão ser durante quatro anos participantes em cursos de formação profissional, no âmbito da implementação de um projecto UPA, que significa ajuda a levantar-se.
Os jovens já formados serão enquadrados em estágios profissionais e apoiados na procura de emprego, disse o representante do UPA em Moçambique, Christophe Legay, quando falava à margem do lançamento oficial da iniciativa que teve lugar há dias na cidade da Beira. Legay explicou que dos 900 jovens, metade sendo da cidade da Beira e a outra metade de Maputo, frequentarão os cursos de formação profissional e vocacional, manutenção industrial, cabeleireiro, corte e costura, hotelaria, no período que de 2008 a 2012, abrangendo mormente os jovens carentes financeiramente.
O projecto UPA, com o suporte financeiro de um milhão de euros da União Europeia, vai ser implementado em parceria com a ESSOR, uma organização não governamental francesa e o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP), apurou o nosso Jornal.
“Também serão envolvidos vários parceiros do sector privado e sociedade civil” – acrescentou o responsável do projecto UPA, sublinhando ainda que os beneficiários pagarão algum valor simbólico para sua responsabilização no processo de formação profissional, cujos cursos terão a duração de entre dois e seis meses, dependendo do tipo de cursos a que os jovens serão submetidos. Segundo a fonte, vão ser apoiados financeiramente alguns jovens para a sua gestão e desenvolvimento de negócios, cujos valores a serem atribuídos variarão, mediante o tipo de negócio de cada um.
“Pretendemos com este projecto inserir no mercado de emprego pelo menos 50 por cento dos jovens formados” – garantiu Legay. Segundo ele, a partir de 2011 serão abrangidas outras províncias, nomeadamente Nampula, Cabo Delgado, no norte de Moçambique, e Inhambane. A coordenadora da organização Young Africa, Dorien Beurskens, sublinhou que “realmente a formação profissional é a garantia de um futuro melhor, por isso, temos que apostar nos cursos para os jovens”.
Sofala possui 29 mil jovens desempregados
O director provincial do Trabalho em Sofala, Omar Jalilo, considerou no acto do lançamento do UPA que: “uma das grandes dificuldades que temos tido no nosso processo é o pós-formação, e este projecto traz uma resposta clara, já que depois da sua formação procura inserir os jovens no mercado de emprego, através de estágios e empregos”.
Segundo Jalilo, os 900 abrangidos são uma gota no oceano, naquilo que são as necessidades de formação, porque na província de Sofala existem registados cerca de 29 mil jovens desempregados. “Mas vale pena, porque já é um passo para frente e também não é só este parceiro, temos outras acções paralelas para fazer face à demanda que existe em termos de necessidades de formação e emprego” – sublinhou.
A delegada provincial do INEFP em Sofala, Elsa da Barca, sublinhou que o projecto vai trazer uma mais valia e se espera resultados positivos. Acrescentou que decorre um outro projecto designado por FUNDEC (Fundo de Desenvolvimento de Competências Profissionais), nos distritos de Chemba, Marínguè, Chibabava e Gorongosa. O projecto FUNDEC tem o financiamento de 50 mil dólares, segundo Da Barca, que revelou que estão em formação por distrito 32 formandos nos cursos de construção civil e carpintaria.
Segundo a nossa fonte, existem nos centros de empregos do INEFP 7.044 jovens desempregados, 1.722 dos quais são mulheres e os restantes 5.322 são homens.