A multinacional Anadarko Petroleum Corporation, uma companhia petrolífera com sede no Texas, EUA, prevê uma produção anual de cerca de 50 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito (GNL) extraído da sua concessão na Bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Paralelamente, as receitas resultantes do projecto poderão igualar ou ultrapassar o actual Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique.
Falando em entrevista a AIM, o porta-voz da Anadarko, John Christiansen, disse “fizemos uma massiva descoberta em Moçambique. Olhando para todos os recursos que encontramos na Área 1 da Bacia do Rovuma, estamos próximos dos 100 triliões de pés cúbicos de gás natural, com um volume recuperável entre 35 a 65 triliões de pés cúbicos”.
A companhia está a concentrar o seu desenvolvimento inicial na construção de duas unidades de liquefacção de gás natural, cada uma com uma capacidade para processar cinco milhões de GNL, destinado para os mercados de exportação.
Contudo, Christiansen afirma que existem reservas suficientes que justificam a instalação de 10 unidades de liquefacção, correspondente a uma produção anual de 50 milhões de toneladas de GNL nos próximos anos.
Numa primeira fase, a Anadarko e seus parceiros tencionam investir cerca de 15 biliões de dólares em Moçambique, que inclui o desenvolvimento do projecto e instalação de unidades de liquefacção de gás natural.
A produção deverá iniciar em 2018. Aquela multinacional vai explorar as suas reservas descobertas no complexo Golfinho/ Atum estimadas entre 15 a 35 triliões de pés cúbicos de gás natural recuperável, e no complexo Prosperidade, cujas reservas estão calculadas entre 17 a 30 triliões de pés cúbicos.
O complexo Prosperidade está situado a sul do Golfinho/ Atum e faz fronteira com a Área 4, que foi concessionada a multinacional italiana ENI.
Segundo Christiansen, a Anadarko já está a negociar com o governo moçambicano e a ENI para estudar a possibilidade de juntarem esforços na exploração dos recursos existentes.
A Anadarko também está a fazer um furo na área Pérola Negra, junto ao extremo sul da Área 1, e tenciona abrir furos nas áreas Linguado e Orca nos finais do corrente ano ou início de 2013.
Actualmente, a Anadarko emprega cerca de mil trabalhadores moçambicanos, e este número poderá aumentar facilmente para atingir 10.000 durante a fase de construção. Além disso haverá inúmeras oportunidades de emprego para os serviços de apoio.
Christiansen descreve o projecto como uma oportunidade de transformação de Moçambique em termos de receitas e empregos. Ele acredita que se a Anadarko atingir 50 milhões de toneladas por ano poderá colocar Moçambique na terceira posição entre os maiores exportadores de GNL do mundo inteiro a seguir ao Qatar e Austrália.
Ele enfatizou a importância de se avançar com o projecto para que o mesmo esteja operacional em 2018, para que o país possa se beneficiar das receitas resultantes do projecto.
A Anadarko é a operadora da Área 1 da Bacia do Rovuma, lidera um consórcio com 36,5 por cento das acções. Os seus parceiros no consórcio incluem a Mitsui do Japão (20 por cento), BPRL Ventures e Videocon (ambas da Índia com 10 por cento cada uma) e a companhia estatal tailandesa PTTEP (8,5 por cento).
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) representa o governo moçambicano com 15 por cento das acções.