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Procuradora Provincial esquiva imprensa e fica refém no gabinete

Quando contado o que aconteceu, até parece ficção, mas para quem entende como é que funciona a Procuradoria Provincial da Zambézia, vai notar que sim, algo não vai bem. A Procuradoria da Zambézia vive num mutismo total, concretamente a própria Procuradora Chefe Provincial, Angélica Napica Tembe, que não tem conseguido encarar a imprensa. Não se sabe se é pela incompetência ou algo mais do que isso.

 

 

Como foi referido anteriormente alguns funcionários do Millenium Bim, foram detidos a ordem do ministério Público. De entre os nomes embora que não tenhamos apelidos, podemos afirmar que Cristóvão Harrison (gerente), Caetano, Gordinho, Victor (todos caixas) e uma senhora que a conhecemos por Miquelina, todos estes foram detidos acusados de desvio de valores avultados naquela instituição bancária. O assunto não é novo, dai que a cidade já fala com preocupação.

Importa referir que ate esta sexta-feira, quase todos com excepção do gerente já tinham sido libertos alguns sob pagamento de caução e outros neste caso a senhora, mediante termo de identidade de residência. Ora, o assunto BIM é do conhecimento do MP, aliás, foi esta instituição que investigou e encontrou elementos até mandar deter.

Porém, como se sabe a Procuradoria tem um porta-voz que normalmente se abre a imprensa, mas desta vez com ordens superiores da Procuradora Angélica, este portavoz não foi autorizado a falar. Sem explicação nenhuma a Procuradora andou a fintar jornalistas como de futebol de tratasse.

Como tudo aconteceu?

Quase para as 9 horas da sexta-feira, a imprensa foi abordar o porta-voz da Procuradoria, o Procurador Amâncio Zimba, este disse que não podia falar porque não tinha sido autorizado para o efeito e não só, também não se tinha familiarizado com o processo. Porém, em caso de ser autorizado pela chefe, Zimba iria ver o processo e dai tecer algumas considerações.

Isso já era princípio de alguma coisa, previa-se que do lado dos superiores hierárquicos, não havia vontade. E quando a mesma equipa da imprensa dirigiu-se ao gabinete da Procuradora Chefe, esta não se dignou em receber, a secretária disse que a mesma se encontrava numa reunião. Só que depois de tanto de espera nada de reunião havia.

Tarde inesquecível para a procuradora

Por volta das 15horas, a equipa da imprensa foi montar redacções na porta de entrada do edifício da Procuradoria Provincial. O alvo era a Procuradora Chefe, que segundo a imprensa, queriam apenas confirmar se houve detenções e quais os valores em causa e sobretudo quem são as pessoas.

Mas não foi fácil, a Senhora Angélica quando se apercebeu que a imprensa estava na porta de saída, neste caso dela, decidiu fazer-se refém sentando no gabinete. O tempo ia passando e os funcionários se foram e a senhora ficou sozinha no gabinete. 16horas, 17horas, portas trancadas e ela acende luzes lá dentro do edifício.

Voltaram as nossas esperanças de que alguém estava dentro, porque sabíamos que da parte traseira não há saída. O tempo ia passando, o condutor da viatura retira a viatura da chefe e alegando que a chefe teria saído a bastante tempo.

Minutos depois veio um funcionário com um bilhete de viagem aérea nas mãos, abriu as grades da porta e entrou com um sorriso de gozo e perguntamos: A Procuradora ainda está ai?”.

O funcionário responde rindo: “A chefe saiu há bastante tempo”.

Já iam para 18horas, já não havia luz natural. O público não sabia o que se estava a passar, porque era pela primeira vez que imprensa ficava muito tempo assim a espera de alguma coisa, logo numa instituição como Procuradoria.

Quase para 19horas, vê-se um movimento desusado de funcionários e a segurança da Procuradora a entrarem lá dentro. Porta abre-se e os jornalistas posicionam-se para tirar algumas palavras.

Luta, a Procuradora, saiu escoltada e de cabeça virada para baixo, como tivesse cometido algum crime. Perguntas não houve, a Procuradora Angélica entra na viatura e a mesma arranca com a porta aberta, tudo isso para que a imprensa não tivesse acesso.

Cenário triste, ainda mais quando se trata da alta magistrada da província. Pena dos que nomearam a senhora para ser Procuradora Chefe, porque se ser chefe é aquilo, então o país está mesmo mal.

É aqui onde se recorda o passado da Procuradoria Provincial da Zambézia. Haviam sim problemas, mas dialogo, abertura com a chefia nunca faltou.

E depois querem boas relações com a imprensa, virão donde estas boas relações? Se uma Procuradora Chefe não fala a imprensa e faz refém no gabinete mais de 4 horas de tempo, será medo ou falta-lhe bagagem técnica e profissional? Com este tipo de pessoas, o país não cresce.

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