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PRM negociou viatura com perigoso cadastrado

As direcções da Policia de Investigação Criminal e da Primeira Esquadra da Policia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, são apontadas como principais mentoras do desaparecimento, em finais do ano passado, das celas da corporação, de Rui Alfaiate Aira, considerado cadastrado perigoso.

O visado encontrava-se detido numa das celas da Primeira Esquadra da PRM, na capital provincial de Nampula, pelo alegado envolvimento em vários crimes, dentre os quais se destaca, o roubo de 360 mil meticais, num estabelecimento comercial, na cidade do Maputo. Segundo fontes anónimas da corporação, Rui, de 29 anos de idade, foi interceptado, no dia 9 de Novembro, por dois agentes da Policia (Nando e Ana), conduzindo uma viatura de marca Toyota Corolla, com chapa de inscrição MLK 82- 31, adquirida, supostamente, através de “negócios ilícitos”, tendo sido, imediatamente, encaminhado à primeira Esquadra, sem qualquer mandato de captura.

Porém, volvidos mais de dois meses, a policia não esclareceu o seu paradeiro que alega ter fugido das celas, incluindo a viatura que, nas duas primeiras semanas, circulava nas ruas da cidade, conduzida por altas patentes da corporação. Alfaite Aira, pai do suposto criminoso, residente no bairro de Napipine, Unidade Comunal Josina Machel, que se identifica como legítimo proprietário da viatura em causa, diz ter mantido vários encontros com a direcção das duas instituições policiais, no sentido de obter qualquer informação sobre o assunto, mas nunca teve resposta plausível.

Alfaiate, alega que comprou a viatura com um cidadão, identificado pelo nome de Mussa Iossofo Pilale, residente no bairro de Ribàué, na cidade de Nacala, no valor de 82 mil meticais, segundo consta da declaração de compra, datada de 26 de Janeiro de 2009. Segundo Alfaiate Aira, o chefe de Instrução da Policia de Investigação Criminal e o chefe das Operações da Primeira Esquadra, Domingos Chame e Gabriel Consolo, respectivamente, “limitam-se apenas em dizer que o meu filho usava o carro para cometer crimes e agora não sei o seu paradeiro, incluindo o meu filho”.

Acusa a estes dois dirigentes de se apoderarem ilicitamente da viatura, supostamente, em troca da soltura do seu filho. Entretanto, Alfaiate diz que já remeteu duas exposições ao Gabinete Provincial de Combate a Corrupção e a Procuradoria da Cidade, datadas de 23 e 30 de Dezembro passado, com o conhecimento da Delegação Regional da Liga dos Direitos Humanos. Entretanto, o director da Polícia de Investigação Criminal, Juma Massequesse e o Comandante da Primeira Esquadra, Zacarais Mairrosse, insistem em afirmar que Rui Aira fugiu da cadeia.

Quanto a viatura, afirmam que ela foi encaminhada à cidade de Maputo, por agente da PIC, cuja identidade não nos foi revelada.

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