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PRM frusta tentativa de assalto a esquadra e linchamento

Populares do bairro Inhamizue, arredores da cidade da Beira, capital da província central de Sofala, invadiram segunda-feira a oitava esquadra local da Policia moçambicana (PRM), exigindo a cabeça de um suposto raptor de menores detido pelas autoridades no dia anterior.

Enfurecida, a população pretendia apoderar-se do suposto criminoso e linchalo alegadamente porque ele não teria tratamento mais ideal na esquadra. “Nós estamos aqui porque precisamos daquele senhor porque aqui na cadeia ele depois vai desaparecer para onde ninguém sabe”, disse um dos populares, citado pela Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional.

A multidão enfurecida terá invadido a oitava esquadra da Policia, localizada na zona da Passagem de Nível, decidida em resgatar o suposto raptor de menores. Aqui, os populares destruíram a viatura pertencente ao indivíduo suspeito na altura parqueada naquela unidade policial e lançaram pedras contra agentes da PRM que se encontravam no local. Citado pelo jornal “Notícias”, o comandante da oitava esquadra, Reginaldo Macamo, disse que a corporação foi obrigada a solicitar a intervenção da unidade policial da Intervenção Rápida (FIR).

Esta forca foi obrigados a disparar balas de borracha e a lançar gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, mas mesmo assim não foi fácil conter a fúria dos populares que continuavam a arremessar pedras contra os agentes da PRM. As escaramuças resultaram em três pessoas feridas, dentre elas dois agentes da PRM, uma viatura totalmente destruída e danificação de vidros de um autocarro da empresa pública Transportes Públicos da Beira (TPB), segundo o jornal “Noticias”, na sua edição de terça-feira.

A acção policial resultou na detenção de 13 pessoas. O fenómeno de rapto de crianças tem estado a preocupar a população daquele ponto do país nos últimos dias. Na sequência desse problema, alguns pais e encarregados de educação chegam a não mandar os seus filhos para a escola por temer que sejam raptados. Um professor da Escola Primária “3 de Fevereiro”, local onde já foram raptadas três menores, disse que este fenómeno tem vindo a condicionar o decurso normal das actividades escolares, com as crianças afectadas psicologicamente.

O que inquieta a população, que conhece o suspeito pela prática destes actos, o indivíduo detido localmente chamado por “Boss Candrinho”, é que aparentemente goza de uma certa imunidade. Fonte da polícia local disse que a corporação já estava a “caça deste indivíduo” há algum tempo. Contudo, o comandante da Policia ao nível local diz que o indivíduo detido, cuja cabeça estava a ser exigida pelos populares, não é o “Boss Candrinho”.

O individuo detido, que é também proprietário da viatura destruída, é acusado de prática de um crime de perturbação da ordem pública, ao ter tentado atropelar um grupo de jovens envolvidos na colagem de material de campanha eleitoral de um dos partidos concorrentes às eleições de 28 de Outubro próximo.

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